domingo, 22 de julho de 2012

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº532 - ANO 2



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                     RETIFICAÇÃO DA VISITA DE D.PEDRO II 
Li a transcrição do diário de D. Pedro II. Gostaria apenas de acrescentar duas coisas:

1- D. Pedro, em sua primeira viagem(29 e 30.04.1881), descrita em seu diário, não chegou a Ponte Nova, conforme o relato, pois a estrada de ferro estava paralizada em São Geraldo. o Fato pode ser comprovado apenas com a informação do proprio diário:
“ Foi aquele Lynch que estudou a passagem da serra de S. Geraldo onde disse-me que são precisos 2 túneis pequenos 043, sendo a despesa total dessa passagem de 2 a 3000 contos. Falei ao antigo deputado João Carlos Moreira presidente da Câmara Municipal e ao deputado Carlos Peixoto. 044”
2 - Dom Pedro II, esteve em Ubá, uma segunda vez, fato esse informado ao Museu Imperial, que não tinha esse dado, pois  D. Pedro parou de fazer os diários. A segunda viagem foi datada de 30 de junho e 01 de agosto de 1886. O unico fato não confirmado, foi  o local onde ele pernoitou, que sugerem alguns que tenha sido na Pensão Baltar, onde é o Forum de Ubá, pois ainda não havia a Praça Guido e seus hoteis. Obs: a historiadora que mantive contato no Museu de Petropolis é ubaense.   Segue abaixo textos e fotos:
VISITA  DE  D. PEDRO II A     UBÁ
REVENDO A HISTORIA DE UBA
Estamos formando um grupo de pessoas interessados em reeditar a história da cidade e estaremos sempre aproveitando essa oportunidade, aberta pela AULE, de buscar, em uma mesa redonda, a correção ou divulgação de fatos ocorridos na cidade e  que pelo lastro de tempo, foram omitidos ou confundido pelos relatos históricos.
Um desses momentos da cidade, que gera conflito de informações é a visita de D.Pedro II a cidade. Para muitas pessoas o Imperador apenas passou por Ubá. Para alguns ele esteve em Ubá e pernoitou na Pensão Baltar,  para outros na Fazenda da Liberdade. Em alguns relatos o Imperador veio inaugurar a Estação de Ubá.
Para um melhor conhecimento, Dom Pedro II esteve em visita a Ubá por duas vezes:
PRIMEIRA VISITA
DATA: 29 e 30 de abril de 1881.
FATOS
Segundo o Volume 25 do Diário do Imperador:
“Guardei para a volta minha visita a Ubá. Na estação além de muitos vivas sérios ouvi um — viva o pataco! 038 Continuei para S. Geraldo chegando a Ponte Nova etc. Poucas casas quase todas feitas depois da abertura da estação em janeiro de 1880. Andei pela povoação nascente e regressei. O arraial do Presídio 039 tem muitas casas e quintais.”
Dom Pedro II não chegou a Ponte Nova. A viagem tinha dois objetivos:
1° objetivo:  vistoria das obras da ferrovia, que estava interrompida pelo estudo da transposição da Serra de São Geraldo. Dom Pedro só chegou a São Geraldo:
Segundo o Volume 25 do Diário do Imperador:
“ Foi aquele Lynch que estudou a passagem da serra de S. Geraldo onde disse-me que são precisos 2 túneis pequenos 043, sendo a despesa total dessa passagem de 2 a 3000 contos. Falei ao antigo deputado João Carlos Moreira presidente da Câmara Municipal e ao deputado Carlos Peixoto. 044”

Segundo José, Oiliam.op.cit.p.208/209:
Só  em 1882, após penosos cálculos, foi que Lindolpho de Abreu traçou vitoriosamente o caminho a ser trilhado. E a estrada avançou, malgrado a oposição de engenheiros ingleses ao projeto do colega brasileiro. O traçado  da estrada de ferro, através da Serra de São Geraldo, é sem dúvida, dos mais importantes em matéria de engenharia. Vence a abruptuosidade dos levantamentos e a estreiteza dos vales, dando ao tráfego a maior segurança possível. O sistema de aceleração e perdas empregado foi Lindolpho de Abreu, em 1882, é hoje tido como conquista dos americanos e técnica aproveitável de traçados para estradas.”.......“E a estação de Coimbra era inaugurada em 16 e agosto de 1885, sendo a de Ponte Nova inaugurada no dia 4 de abril do ano seguinte”.

2° Objetivo: Apoio Politico. Com a perda  do prestígio do Imperio na corte, D Pedro II, buscou apoio de Cesário Alvim,  que em 1884 foi nomeado Presidente da Provincia do Rio de Janeiro.

HOSPEDAGEM
Segundo o Volume 25 do Diário do Imperador:
“Às 6h ¼ chegada ao ponto de onde fomos em trole até à fazenda do Cesário Alvim 040. A mulher é neta do Calado 041 e a mãe brincou com as minhas manas. Os filhos são muito bonitos e inteligentes e instruídos para sua tenra idade — Guiomar, Ida, Sílvia 042 e José. Conhecia-os de Petrópolis. Tomei banho de todo corpo sendo a água tépida. Conversei e logo que me chamaram para o jantar aí fui. Depois conversei, vi a procissão de colonos italianos com archotes. Falei-lhes e ao padre Filó que os dirige. Tocou gaita de foles, cantou um e 2 dançaram. São quase todos da província de Salerno. São 10h. Vou descansar. Andaram-se hoje 2 ´ 31 (extensão do ramal de Pirapetinga e 203 de Volta Grande aqui = 265). Da estrada de ferro viemos em trole até à fazenda. Atravessa o bosque. Chegada aqui seriam 6h ½. A frente da casa que é boa estava lindamente iluminada. Muito boa banda de música vinda de Ubá. O oficlide tocou muito bem umas variações. No Pântano a banda era de escravos de casa. Tocou muito bem. Cesário Alvim colhe 9.000 arrobas de café por ano e emprega na colheita, principalmente braços livres. Está montando um engenho central de café na cidade de Ubá prepara até 600 mil arrobas por dia”

A Fazenda da Liberdade está localizada   próxima da estação de Peixoto Filho, local onde possivelmente o Imperador desceu e foi levado de trole(carroagem). Abaixo um visão do local onde o imperador se hospedou.

 INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO DE UBÁ
Em nenhum dos relatos do Imperador houve menção de sua vinda a Ubá foi para a inauguração da Estação Ferroviária. Necessário se faz esclarecer que não havia ainda o prédio da Estação Ferroviária, conforme foto abaixo.
Fato também confirmado com os  relatos de Rosalvo Braga:
“Finalmente, as pontas dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina, cujo nome homenageava a mão do Imperador, alcançava a cidadezinha da Mata Mineira, trecho que vinha de Porto do Novo do Cunha, e daqui partia para rio Branco e São Geraldo. A estação primitiva guardava estilo tosco, rude mesmo: suas paredes eram feitas de tábuas imbricadas, encimadas por telhas convencionais. Formosa tarde de um dia de sol brilhante e vivificador. A notícia dessa visita do augusto Imperador abalou a população do município e adjascências, de modo que, desde o meio –dia, a área do terreno que fica atrás da Estação, coberta de matagal, hoje Praça Guido Marlieri, e grande parte do terreno ocupado pelo Grande Hotel e edifícios Camilo dos Santos, estava repletos de uma multidão de gente do campo e das fazendas, à espera do comboio que conduzia o augusto Imperador, enquanto espoucavam foguetes em girandolas  e bombas nos altos das colinas que cercam a cidade. (LC, FP, 19.01.1952)

SEGUNDA VISITA:
DATA: 30 de junho e 01 de agosto de 1886.
FATOS:
“O Imperador D. Pedro II empreendeu constantes viagens às províncias do Brasil. Por várias vezes, ele esteve em Minas Gerais e, em uma destas ocasiões, visitou Ponte Nova.
Atendendo ao convite para inaugurar o prolongamento da Estrada de Ferro Leopoldina, que já havia alcançado a Estação de Piranga (hoje Xopotó), D. Pedro II esteve em Ponte Nova no dia 30 de junho de 1886.
A composição que trazia o Imperador parou em São Geraldo. Um vagão aberto, especialmente preparado, foi colocado à frente do comboio, e nele embarcaram D. Pedro, a Imperatriz, membros da Corte, autoridades da Província e diretores da Leopoldina. A máquina, que vinha a seguir, puxava três outros vagões; nas Estações de Coimbra, Viçosa, Teixeiras, Roberts e Vau-Açu, D. Pedro foi saudado por populares que aguardavam sua passagem.
Ainda pela manhã, a composição chegou a Ponte Nova. .........O major Lázaro Gomes entrega ao Imperador um número de seu jornal, "Rio Doce", em uma edição extra alusiva à visita. ........Na estação, D. Pedro II embarcou com destino a Xopotó. La, o Imperador, com toda a sua comitiva, foi recebido pelo Dr. José Mariano Duarte Lanna, médico e proprietário de grande fazenda naquela região.  Inauguração da estação, discursos, foguetório, aplausos, cumprimentos e um banquete na fazenda do Dr. José Mariano constaram da agenda de D. Pedro, na Estação do Piranga, ou Xopotó. No mesmo dia, a comitiva retorna, passa por Ponte Nova e vai pernoitar em Ubá.
 HOSPEDAGEM:
Dom Pedro II chegou a Ubá ao entardecer. Desta vez ele não se hospedou na fazenda de Cesário Alvim, pois o mesmo se encontrava no Rio de Janeiro como Presidente da Provincia. Sua pernoite foi na cidade de Ubá, fato esse que gera dúvidas quanto ao local, pois não existe, por parte do Museu Imperial, registros desse período.
                    FAZENDA DA LIBERDADE, ONDE DOM PEDRO SE HOSPEDOU

Colaboração: MIGUEL ARCANJO DE PAULA BATISTA

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