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RETIFICAÇÃO DA VISITA DE D.PEDRO II
Li a transcrição do
diário de D. Pedro II. Gostaria apenas de acrescentar duas coisas:
1- D. Pedro, em sua
primeira viagem(29 e 30.04.1881), descrita em seu diário, não chegou a Ponte
Nova, conforme o relato, pois a estrada de ferro estava paralizada em São
Geraldo. o Fato pode ser comprovado apenas com a informação do proprio diário:
“ Foi aquele Lynch que estudou
a passagem da serra de S. Geraldo onde disse-me que são precisos 2 túneis
pequenos 043, sendo
a despesa total dessa passagem de 2 a 3000 contos. Falei ao antigo deputado
João Carlos Moreira presidente da Câmara Municipal e ao deputado Carlos Peixoto.
044”
2 - Dom Pedro II, esteve em Ubá, uma segunda
vez, fato esse informado ao Museu Imperial, que não tinha esse dado, pois
D. Pedro parou de fazer os diários. A segunda viagem foi datada de 30
de junho e 01 de agosto de 1886. O unico fato não confirmado, foi o local
onde ele pernoitou, que sugerem alguns que tenha sido na Pensão Baltar, onde é
o Forum de Ubá, pois ainda não havia a Praça Guido e seus hoteis. Obs: a
historiadora que mantive contato no Museu de Petropolis é ubaense.
Segue abaixo textos e fotos:
VISITA DE D.
PEDRO II A UBÁ
REVENDO
A HISTORIA DE UBA
Estamos formando
um grupo de pessoas interessados em reeditar a história da cidade e estaremos
sempre aproveitando essa oportunidade, aberta pela AULE, de buscar, em uma mesa
redonda, a correção ou divulgação de fatos ocorridos na cidade e que pelo lastro de tempo, foram omitidos ou
confundido pelos relatos históricos.
Um desses
momentos da cidade, que gera conflito de informações é a visita de D.Pedro II a
cidade. Para muitas pessoas o Imperador apenas passou por Ubá. Para alguns ele
esteve em Ubá e pernoitou na Pensão Baltar,
para outros na Fazenda da Liberdade. Em alguns relatos o Imperador veio
inaugurar a Estação de Ubá.
Para um melhor
conhecimento, Dom Pedro II esteve em visita a Ubá por duas vezes:
PRIMEIRA VISITA
DATA: 29 e 30 de
abril de 1881.
FATOS
Segundo o Volume
25 do Diário do Imperador:
“Guardei para a volta minha visita a Ubá. Na estação além de
muitos vivas sérios ouvi um — viva o pataco! 038 Continuei para S.
Geraldo chegando a Ponte Nova etc. Poucas casas quase todas feitas depois da
abertura da estação em janeiro de 1880. Andei pela povoação nascente e
regressei. O arraial do Presídio 039 tem muitas casas e quintais.”
Dom Pedro II não
chegou a Ponte Nova. A viagem tinha dois objetivos:
1° objetivo: vistoria das obras da
ferrovia, que estava interrompida pelo estudo da transposição da Serra de São
Geraldo. Dom Pedro só chegou a São Geraldo:
Segundo o Volume
25 do Diário do Imperador:
“ Foi aquele Lynch que
estudou a passagem da serra de S. Geraldo onde disse-me que são precisos 2
túneis pequenos 043, sendo a despesa total dessa passagem de 2 a 3000 contos. Falei
ao antigo deputado João Carlos Moreira presidente da Câmara Municipal e ao
deputado Carlos Peixoto. 044”
Segundo José,
Oiliam.op.cit.p.208/209:
“Só em
1882, após penosos cálculos, foi que Lindolpho de Abreu traçou vitoriosamente o
caminho a ser trilhado. E a estrada avançou, malgrado a oposição de engenheiros
ingleses ao projeto do colega brasileiro. O traçado da estrada de ferro, através da Serra de São
Geraldo, é sem dúvida, dos mais importantes em matéria de engenharia. Vence a
abruptuosidade dos levantamentos e a estreiteza dos vales, dando ao tráfego a
maior segurança possível. O sistema de aceleração e perdas empregado foi
Lindolpho de Abreu, em 1882, é hoje tido como conquista dos americanos e
técnica aproveitável de traçados para estradas.”.......“E a estação de Coimbra
era inaugurada em 16 e agosto de 1885, sendo a de Ponte Nova inaugurada no dia
4 de abril do ano seguinte”.
2° Objetivo: Apoio
Politico. Com a perda do prestígio do
Imperio na corte, D Pedro II, buscou apoio de Cesário Alvim, que em 1884 foi nomeado Presidente da
Provincia do Rio de Janeiro.
HOSPEDAGEM
Segundo o Volume
25 do Diário do Imperador:
“Às 6h ¼ chegada ao ponto de onde fomos em trole até à fazenda do
Cesário Alvim 040. A mulher é neta do Calado 041 e a mãe brincou com as minhas manas. Os filhos
são muito bonitos e inteligentes e instruídos para sua tenra idade — Guiomar,
Ida, Sílvia 042 e José. Conhecia-os de Petrópolis. Tomei banho de todo corpo
sendo a água tépida. Conversei e logo que me chamaram para o jantar aí fui.
Depois conversei, vi a procissão de colonos italianos com archotes. Falei-lhes
e ao padre Filó que os dirige. Tocou gaita de foles, cantou um e 2 dançaram.
São quase todos da província de Salerno. São 10h. Vou descansar. Andaram-se
hoje 2 ´ 31 (extensão do
ramal de Pirapetinga e 203 de Volta Grande aqui = 265). Da estrada de ferro
viemos em trole até à fazenda. Atravessa o bosque. Chegada aqui seriam 6h ½. A
frente da casa que é boa estava lindamente iluminada. Muito boa banda de música
vinda de Ubá. O oficlide tocou muito bem umas variações. No Pântano a
banda era de escravos de casa. Tocou muito bem. Cesário Alvim colhe 9.000
arrobas de café por ano e emprega na colheita, principalmente braços livres.
Está montando um engenho central de café na cidade de Ubá prepara até 600 mil
arrobas por dia”
A Fazenda da
Liberdade está localizada próxima da
estação de Peixoto Filho, local onde possivelmente o Imperador desceu e foi
levado de trole(carroagem). Abaixo um visão do local onde o imperador se
hospedou.
INAUGURAÇÃO DA
ESTAÇÃO DE UBÁ
Em nenhum dos relatos do Imperador houve menção de
sua vinda a Ubá foi para a inauguração da Estação Ferroviária. Necessário se
faz esclarecer que não havia ainda o prédio da Estação Ferroviária, conforme
foto abaixo.
Fato também confirmado com os relatos de Rosalvo Braga:
“Finalmente, as pontas dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina,
cujo nome homenageava a mão do Imperador, alcançava a cidadezinha da Mata
Mineira, trecho que vinha de Porto do Novo do Cunha, e daqui partia para rio
Branco e São Geraldo. A estação
primitiva guardava estilo tosco, rude mesmo: suas paredes eram feitas de
tábuas imbricadas, encimadas por telhas convencionais. Formosa tarde de um dia
de sol brilhante e vivificador. A notícia dessa visita do augusto Imperador
abalou a população do município e adjascências, de modo que, desde o meio –dia,
a área do terreno que fica atrás da Estação, coberta de matagal, hoje Praça
Guido Marlieri, e grande parte do terreno ocupado pelo Grande Hotel e edifícios
Camilo dos Santos, estava repletos de uma multidão de gente do campo e das
fazendas, à espera do comboio que conduzia o augusto Imperador, enquanto
espoucavam foguetes em girandolas e
bombas nos altos das colinas que cercam a cidade. (LC, FP, 19.01.1952)
SEGUNDA VISITA:
DATA: 30 de junho
e 01 de agosto de 1886.
FATOS:
“O Imperador D.
Pedro II empreendeu constantes viagens às províncias do Brasil. Por várias
vezes, ele esteve em
Minas Gerais e, em uma destas ocasiões, visitou Ponte Nova.
Atendendo ao convite para inaugurar o prolongamento da Estrada de
Ferro Leopoldina, que já havia alcançado a Estação de Piranga (hoje Xopotó), D.
Pedro II esteve em Ponte
Nova no dia 30 de junho de 1886.
A composição que
trazia o Imperador parou em
São Geraldo. Um vagão aberto, especialmente preparado, foi
colocado à frente do comboio, e nele embarcaram D. Pedro, a Imperatriz, membros
da Corte, autoridades da Província e diretores da Leopoldina. A máquina, que
vinha a seguir, puxava três outros vagões; nas Estações de Coimbra, Viçosa,
Teixeiras, Roberts e Vau-Açu, D. Pedro foi saudado por populares que aguardavam
sua passagem.
Ainda pela manhã,
a composição chegou a Ponte Nova. .........O major Lázaro Gomes entrega ao
Imperador um número de seu jornal, "Rio Doce", em uma edição extra
alusiva à visita. ........Na estação, D. Pedro II embarcou com destino a
Xopotó. La, o Imperador, com toda a sua comitiva, foi recebido pelo Dr. José
Mariano Duarte Lanna, médico e proprietário de grande fazenda naquela
região. Inauguração da estação,
discursos, foguetório, aplausos, cumprimentos e um banquete na fazenda do Dr.
José Mariano constaram da agenda de D. Pedro, na Estação do Piranga, ou Xopotó.
No mesmo dia, a comitiva retorna, passa por Ponte Nova e vai pernoitar em
Ubá.”
HOSPEDAGEM:
Dom Pedro II
chegou a Ubá ao entardecer. Desta vez ele não se hospedou na fazenda de Cesário
Alvim, pois o mesmo se encontrava no Rio de Janeiro como Presidente da
Provincia. Sua pernoite foi na cidade de Ubá, fato esse que gera dúvidas quanto
ao local, pois não existe, por parte do Museu Imperial, registros desse
período.
FAZENDA DA LIBERDADE, ONDE DOM PEDRO SE HOSPEDOU
Colaboração: MIGUEL ARCANJO DE
PAULA BATISTA
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