Lígia Aroeira Ferreira
Fique por dentro
Nílvio Bertelli
Fazíamos o
curso clássico no Colégio Raul Soares, época onde tudo eram flores . Liderados
pelo Frei Júlio iniciamos o movimento de acabar com a Cadeia Pública ao lado do
Colégio "SACRÉ-COEUR", bem no centro da cidade. Nessa época os presos sofriam
atrocidades dos policiais e sempre se ouvia gritos de socorro dentro da secular
masmorra. O ex-prefeito José Pires sempre saia, as vezes de pijama, para exigir
que parassem com as investidas contra os presidiários. O movimento
estudantil liderado pelo Frei Júlio(que era professor no "Raul Soares"),
reunia na Casa Paroquial, para traçar estratégias do nosso sonho de jovens em
transformar aquela prisão em um CLUBE DE JOVENS.
Evidente que
o religioso queria que os jovens da época ficassem próximos a ele, para que
fossemos monitorados de perto.
Uma vez concedida a autorização da Prefeitura e
com ferramentas compradas com nossos próprios recursos, partimos entusiasmados
para a colossal investida: as paredes internas de todas as celas eram construídas
de “pedras marroadas”, que significa pedras obtidas através de marretadas pelos
escravos .
Não era possível entrar máquinas no interior do antigo prédio, não passavam na entrada principal, e tínhamos o compromisso de
preservar a fachada do prédio.
Trabalho
insano e exaustivo para jovens acostumados com as mordomias da época.
Assim nasceu
o CÁRCERE CLUB, depois devolvido ao poder público que fez
posteriormente a doação para a APAE.
Foi um orgulho para nós jovens, que
trabalhamos naquela investida!
Entre nós
estava o NILVINHO BERTELLI , que morava em Peixoto Filho, em uma fazenda da antiga USINA AÇUCAREIRA RIO BRANCO,onde o pai era funcionário.
Nossa turma
do curso clássico era: José Maurício Caputo, José Maria Camilloto, o
saudoso Márcio Pereira e eu.
Todos os dias , como nenhum de nós tínhamos carro ,
ficávamos esperando o NILVINHO BERTELLI , com seu velho fusquinha azul claro
desbotado pois era a única condição de irmos para o Colégio as 7:00 hs da manhã (o ônibus da PRAÇA DE ESPORTES só saía as 8:00 hs).
E assim, em três anos
terminamos o Curso Clássico e o Cárcere Club.
O NILVINHO
BERTELLI era a simplicidade personificada, nunca nos deixou esperando.
Quando o
fusquinha dava defeito, era alegria geral , já estávamos quase em frente ao
BOCA MURCHA; íamos logo tomar cerveja, traçando bucho de boi a
milanesa.
Muitos fins
de semana o NILVINHO nos buscava para ir ao sítio da família para nadar na
represa, comer broa de milho, colher goiabas e principalmente as doces canas
caianas que era a fartura das terras.
Ele era simples, com sotaque bem minerês, mas muito inteligente e habilidoso.
Preocupava-se com todos nós, talvez por ser
o mais velho da turma. Era um amigo alegre, mas não era feliz, nós nunca
entendemos esse lado um pouco obscuro de sua personalidade. Era um homem da
terra, do capim, da cana, da boa pinga...
A cidade grande, principalmente
quando foi morar em Belo Horizonte, lhe fazia mal, angustiava.
Esperamos que
descanse em paz, que Deus Pai o receba com o carinho que talvez lhe faltasse em
Vida.
Infelizmente
não temos fotos da nossa turma da época, mas temos na memória a presença viva de dois
colegas que se foram NILVINHO BERTELLI e MÁRCIO PEREIRA!
Ubá,18/01/2013 - RAUL BRÁULIO
HORTA
Elza Marcato
Em dia com a notícia
A CONSTRUÇÃO DO SÍMBOLO
O obelisco que já esteve na Savassi e completará 90 anos de Praça Sete em 2014 foi esculpido em antiga pedreira em Betim.
O Pirulito, chamado assim devido ao seu formato, já foi pichado, teve gente acorrentada à sua base em ato de protesto, ganhou camisinha gigante em campanha contra a Aids, testemunhou dezenas de manifestações políticas e sempre foi uma referência importante para os belo-horizontinos. E, sob sol ou chuva, resiste
como um dos símbolos da cidade.
O "Pirulito da Praça Sete", marco do "coração" da capital dos mineiros, tem uma história quase centenária.
Em 1963, o monumento foi transferido para a Praça Diogo de Vasconcelos (Savassi).
Em 1980, depois de grande mobilização popular, o obelisco retornou ao seu ponto de origem.
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de M.G.(Iepha).
Fonte: Jornal Estado de Minas de 12-1-13 - Gustavo Werneck
Márcia Aroeira Barbosa
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5ª INSANA - A DELICIOSA CONFRATERNIZAÇÃO - RIO
Patrícia Alvim Carneiro, Fernanda Carneiro, João Batista Fonseca Machado
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Enviado por Levindo Barros
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