Lígia Aroeira Ferreira
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MAIS UM FESTIVAL ARY BARROSO
Elza Marcato
Em dia com a notícia
MAIS UM SUCESSO DE UBÁ
Depois de um período fora de Ubá, estudando Música Popular Brasileira e fazendo cursos, como violão clássico e canto lírico, LÉO MANTOVANI retornou à Ubá em 2008.
Frequentando as noites e bares ubaenses, tendo contato com outros artistas locais, Mantovani elaborou bom repertório de MPB.
Atualmente, Léo tem se dedicado a arranjos de canções próprias.
"Acredito na música como ferramenta de união dos povos", diz ele.
Fonte: Revista Fato - Juliana Balbueno.
Márcia Aroeira Barbosa
Fotos e fatos
RECORDANDO ...
A linda Cléria Mazzei quando foi Rainha do Carnaval do Ubá Tênis Clube.
Foto tirada pelo seu pai o grande fotógrafo Celidônio Mazzei.
ESPAÇO ABERTO
É como um sonho encantado
que não termina jamais:
que não termina jamais:
Ubá, meu berço incrustado
dentro de Minas Gerais.
Olympio Coutinho__________________________________________________
Email : ubanoticias@gmail.com
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Em Ubá, tempos da infância,
adolescência e sensualidade
Olympio Coutinho
Às vezes, eu me lembro de algumas coisas que já deveriam ter sumido da minha memória tantas foram as informações que ela recebeu ao longo de tanto tempo. Coisas, por exemplo, como a empregada lá de casa, a Blandina (aliás, uma segunda mãe), trepada nos galhos da mangueira e tentando, com a maior dificuldade, pegar a manga que eu, menino de 5/6 anos, insistia em pedir gritando após sua pergunta quase desesperada e cheia de notável paciência: "É essa, Olympinho?" E eu, na doce ditadura de meus cinco aninhos: "Não, Blandinha, é a outra, a pintadete madurete!!!" Pindadete madurete... de onde, afinal, eu havia tirado essa expressão que, no meu mundo infantil, significava aquela manga que quem viveu infância em Ubá sabe qual é: aquela mesmo, a manga que a gente escolhe quando tem o direito de escolher. Hoje, na vida, raríssimas vezes, as pessoas insistem em exigir a pindadete ... e concordam em aceitar qualisquer mangas da vida, geralmente "criadas" com agrotóxicos: bonitinhas, mas ordinárias. Mas, isso é outra história.
Pois é, essas coisas não fugiram da minha memória, embora não estejam presentes com a mesma intensidade vivida pelo menino naqueles tempos em que meu universo era imenso: um quintal com árvores de frutas e bichos brincando no chão de terra.... havia uma horta também, mas estava fora do meu mundo: era mais o mundo de papai (quando tinha tempo) e de mamãe, que cuidavam dele com uma atenção que até dava ciúme. Tanto que havia uma tranca e uma portão de vai-e-vem, controlando sua abertura e fechamento e impedindo que os bichos do quintal entrassem livremente e comessem couves e alfaces. Até hoje eu acho que era mais para nos desanimar, pois nós, meninos, se pudessémos, deixaríamos entrar na horta galos, galinhas, frangos, pintinhos, coelhos, cabritos e carneiros para se deliciarem com as alfaces novinhas e os tomates vermelhinhos... sem agrotóxicos e que, assim oferecidos, fariam muito bem à saúde dos bichos, como faziam à nossa.
Dentro do cenário da infância em Ubá, lembro-me ainda do doce prazer do menino virando jovem (dos 7 aos 12 anos) de armar arapuca no terreno baldio ao lado de minha casa ns Cristiano Roças, 176, onde hoje é a Associação dos Empregados do Comércio. Tudo para pegar rolinhas e outros passarinhos, que, na época, ingênuos, caiam facilmente na armadilha. Hoje, estão mais ariscos, assim como nós em relação à sociedade que nos cerca. Bem que o moço bom de texto chamado Paulo Mendes Campos escreveu em um de seus livros: "A vida é uma armadilha". Como poeta sensível, deve ter caído em várias... assim como eu e você.
Pois é, a infância passou assim, com roubos de cana nos carros de boi, brincadeiras de rua, natação do rio ainda de águas puras e muito engenho e arte. E veio a doce sensualidade da adolescência, do tempo de espinha no corpo e penugens no rosto, de cabelos glostorados (Gumex nele!), de rostos corados e colados e, principalmente, daquela descoberta que se revela na mudança do jeito de olhar: a gente já não olha; espia. Espia rostos antes iguais e agora diferentes; espia corpos antes iguais, mas agora diferentes.
Olympio Coutinho
Às vezes, eu me lembro de algumas coisas que já deveriam ter sumido da minha memória tantas foram as informações que ela recebeu ao longo de tanto tempo. Coisas, por exemplo, como a empregada lá de casa, a Blandina (aliás, uma segunda mãe), trepada nos galhos da mangueira e tentando, com a maior dificuldade, pegar a manga que eu, menino de 5/6 anos, insistia em pedir gritando após sua pergunta quase desesperada e cheia de notável paciência: "É essa, Olympinho?" E eu, na doce ditadura de meus cinco aninhos: "Não, Blandinha, é a outra, a pintadete madurete!!!" Pindadete madurete... de onde, afinal, eu havia tirado essa expressão que, no meu mundo infantil, significava aquela manga que quem viveu infância em Ubá sabe qual é: aquela mesmo, a manga que a gente escolhe quando tem o direito de escolher. Hoje, na vida, raríssimas vezes, as pessoas insistem em exigir a pindadete ... e concordam em aceitar qualisquer mangas da vida, geralmente "criadas" com agrotóxicos: bonitinhas, mas ordinárias. Mas, isso é outra história.
Pois é, essas coisas não fugiram da minha memória, embora não estejam presentes com a mesma intensidade vivida pelo menino naqueles tempos em que meu universo era imenso: um quintal com árvores de frutas e bichos brincando no chão de terra.... havia uma horta também, mas estava fora do meu mundo: era mais o mundo de papai (quando tinha tempo) e de mamãe, que cuidavam dele com uma atenção que até dava ciúme. Tanto que havia uma tranca e uma portão de vai-e-vem, controlando sua abertura e fechamento e impedindo que os bichos do quintal entrassem livremente e comessem couves e alfaces. Até hoje eu acho que era mais para nos desanimar, pois nós, meninos, se pudessémos, deixaríamos entrar na horta galos, galinhas, frangos, pintinhos, coelhos, cabritos e carneiros para se deliciarem com as alfaces novinhas e os tomates vermelhinhos... sem agrotóxicos e que, assim oferecidos, fariam muito bem à saúde dos bichos, como faziam à nossa.
Dentro do cenário da infância em Ubá, lembro-me ainda do doce prazer do menino virando jovem (dos 7 aos 12 anos) de armar arapuca no terreno baldio ao lado de minha casa ns Cristiano Roças, 176, onde hoje é a Associação dos Empregados do Comércio. Tudo para pegar rolinhas e outros passarinhos, que, na época, ingênuos, caiam facilmente na armadilha. Hoje, estão mais ariscos, assim como nós em relação à sociedade que nos cerca. Bem que o moço bom de texto chamado Paulo Mendes Campos escreveu em um de seus livros: "A vida é uma armadilha". Como poeta sensível, deve ter caído em várias... assim como eu e você.
Pois é, a infância passou assim, com roubos de cana nos carros de boi, brincadeiras de rua, natação do rio ainda de águas puras e muito engenho e arte. E veio a doce sensualidade da adolescência, do tempo de espinha no corpo e penugens no rosto, de cabelos glostorados (Gumex nele!), de rostos corados e colados e, principalmente, daquela descoberta que se revela na mudança do jeito de olhar: a gente já não olha; espia. Espia rostos antes iguais e agora diferentes; espia corpos antes iguais, mas agora diferentes.
E a gente frerta, buscando a aproximação: no footing da praça Guido, no Jardim São Januário, na saída das meninas do Sacré Couer de Marie, na piscina da praça de Esportes, nas horas dançantes e nos bailes do Ubá Tênis Clube e do Tabajara. E se deslumbra ao ver o movimento da bola e das jogadoras no jogo de vôlei e, no escurinho do cinema Brasil e dos Reskalla, sente com claridade a vida que se anuncia: é o despertar da relva na doce sensualidade da adolescência. Na mente e no coração, uma certeza: vem vindo coisa nova por aí.
Uma sensação diferente, que se manifesta na apresentação, no cumprimento, no sorriso, na tentativa de sermos meio malandros quando a gente (meninos e meninas) nem sabia o que era isso. E, quem sabe, até mesmo numa certa cumplicidade: se você for legal comigo serei legal com você! Quem sabe, naqueles tempos (e falo dos anos dourados da década de 50 passando para 60), o que a gente buscava mesmo era companheirismo, busca que ainda não perdeu seu conteúdo, mas que, talvez, tenha deixado de ser a principal meta nas tentativas de aproximação, nos encontros e no tudo que deles nascem.
Havia inocência na infância e sensualidade na adolescência dos meninos e meninas de Ubá (quiçá do mundo) naqueles bons tempos em que éramos felizes e sabíamos.
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Havia inocência na infância e sensualidade na adolescência dos meninos e meninas de Ubá (quiçá do mundo) naqueles bons tempos em que éramos felizes e sabíamos.
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