terça-feira, 25 de março de 2014

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº1021 - ANO 4




Lígia Aroeira Ferreira



Fique por dentro



 MONA CARNEIRO













A dupla Mona Carneiro e Luisa Coser foram selecionadas no edital Prêmio Funarte de dança Klauss Vianna na categoria Novos Talentos, com o projeto"Assim Você Saberá Onde Estou - Aqui e Lá".
 O espetáculo busca expressar pela dança, experiências vividas como "ser estrangeiro".
Ambas estudaram na França.  
Mona fez mestrado em "Gestão Cultural de Manifestações Artísticas" e Luisa em "Dança Contemporânea".
A monografia da Monna, na Universidade Federal Fluminense, foi sobre este tema - "Identidades Culturais em Trânsito: A experiência de Estudantes Brasileiras na Europa Contemporânea".
Sucesso meninas! 
Mona é filha da Fernanda Carneiro e neta da querida centenária D.Olga Carneiro.



Elza Marcato



Fique por dentro


CANDIDATURA
Empresário Josué Gomes confirma intenção de disputar eleição.
Josué Gomes da Silva (PMDB), filho do ex vice-presidente da República José Alencar, anunciou ontem ter aceito o convite para ser candidato  do
partido ao Senado em outubro.
Josué afirma ter aceito o convite do PMDB em homenagem a seu pai.

Fonte: Jornal Estado de Minas - Leonardo Augusto.



Márcia Aroeira Barbosa




Fotos e fatos


LAURITA DEFILIPPE

Numa banheira de espumante... 

                        ESPAÇO ABERTO
É como um sonho encantado
que não termina jamais:
Ubá, meu berço incrustado
dentro de Minas Gerais.
                                    Olympio Coutinho
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Em Ubá, tempos da infância,
adolescência e sensualidade

Olympio Coutinho
Às vezes, eu me lembro de algumas coisas que já deveriam ter sumido da minha memória, tantas foram as informações que ela recebeu ao longo de tanto tempo. Coisas, por exemplo, como a empregada lá de casa, a Blandina (aliás, uma segunda mãe), trepada nos galhos da mangueira e tentando, com a maior dificuldade, pegar a manga que eu, menino de 5 anos, insistia em pedir gritando após sua pergunta quase desesperada e cheia de notável paciência: "É essa, Olympinho?" E eu, na doce ditadura de meus cinco aninhos: "Não, Blandinha, é a outra, a pintadete madurete!!!" Pindadete madurete... de onde, afinal, eu havia tirado essa expressão que, no meu mundo infantil, significava aquela manga que quem viveu infância em Ubá sabe qual é: aquela mesmo, a manga que a gente escolhe quando tem o direito de escolher. Hoje, na vida, raríssimas vezes, as pessoas insistem em exigir a pindadete ... e concordam em aceitar qualquer manga da vida, geralmente "criada" com agrotóxicos: bonitinhas, mas ordinárias. Mas, isso é outra história.
Pois é, essas coisas não fugiram da minha memória, embora não estejam presentes com a mesma intensidade vivida pelo menino de cinco anos naqueles tempos em que meu universo era imenso: um quintal com árvores de frutas e bichos brincando no chão de terra.... havia uma horta também, mas estava fora do meu mundo: era mais o mundo de papai (quando tinha tempo) e de mamãe, que cuidavam dele com uma atenção que até dava ciúme. Tanto que havia uma tranca e uma portão de vai-e-vem, monitorando (palavrinha atual e besta que, certamente, tomou conta de outra melhor) controlando sua abertura e fechamento e impedindo que os bichos do quintal entrassem livremente e comessem couves e alfaces. Até hoje eu acho que era mais para nos desanimar, pois nós, meninos, se pudessémos, deixaríamos entrar na horta galos, galinhas, frangos, pintinhos, coelhos, cabritos e carneiros para se deliciarem com as alfaces novinhas e os tomates vermelhinhos... sem agrotóxicos e que, assim oferecidos, fariam muito bem à saúde dos bichos, como faziam à nossa.
Dentro do cenário da infância em Ubá, lembro-me ainda do doce prazer de armar arapuca no terreno baldio ao lado de minha casa (onde hoje é a Associação dos Empregados do Comércio), na Cristiano Roças. Tudo para pegar rolinhas e outros passarinhos, que, na época, ingênuos, caiam facilmente na armadilha. Hoje, estão mais ariscos, assim como nós em relação à sociedade que nos cerca. Bem que o moço bom de texto chamado Paulo Mendes Campos escreveu em um de seus livros: "A vida é uma armadilha". Como poeta sensível, deve ter caído em várias... assim como eu e você.
Pois é, a infância passou e veio a adolescência e, com ela, a doce sensualidade da adolescência. A sensualidade descoberta quando a gente, ao invés de apenas olhar, espia. Espia rostos antes iguais e agora diferentes; espia corpos antes iguais, mas agora diferentes. E a gente flerta, buscando a aproximação: no footing da praça Guido, no Jardim São Januário, na saída das meninas do Sacré-Couer de Marie, na piscina da praça de Esportes, nas horas dançantes e nos bailes do Ubá Tênis Clube e do Tabajara. E se deslumbra ao ver o movimento da bola e das jogadoras no jogo de vôlei e, no escurinho do cinema Brasil e dos Reskalla, sente com claridade a vida que se anuncia: é o despertar da relva, da doce sensualidade da adolescência. Na mente e no coração, uma certeza: vem vindo coisa nova por aí.
Era uma sensação que se manifestava na apresentação, no cumprimento, no sorriso, na tentativa de sermos meio malandros quando a gente (meninos e meninas) nem sabia o que era isso e, quem sabe, até mesmo numa certa cumplicidade: se você for legal comigo serei legal com você! Quem sabe, naqueles tempos (e falo dos anos dourados da década de 50 passando para 60), o que a gente buscava mesmo era companheirismo, busca que ainda não perdeu seu conteúdo, mas que, talvez, tenha deixado de ser a principal meta nas tentativas de aproximação, nos encontros e no tudo que deles nascem.
Havia inocência na infância e sensualidade na adolescência dos meninos e meninas de Ubá naqueles bons tempos em que éramos felizes e sabíamos.

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