segunda-feira, 15 de junho de 2015

" UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº1372 - ANO 5

         
                         



Lígia Aroeira Ferreira


FIQUE POR DENTRO

CÉLIA E CELMA MAZZEI
Foto de Arnaldo Freitas.
As queridas Célia e Celma estão preparando o repertório do próximo CD e convidaram alguns amigos músicos para participarem do novo trabalho.
Na foto com o músico Arnaldo Freitas. 
Que venha mais um sucesso para orgulho de seus conterrâneos.



Elza Marcato



EM DIA COM A NOTÍCIA

MISSES  
O Concurso Miss Minas Gerais 2015, será novamente realizado pela TV Bandeirantes . Através de escolha rigorosa, a candidata ao título de mulher mais bonita do estado, além da beleza, deve apresentar características como simpatia, personalidade, empatia
com a cidade a qual representa.
A advogada Dra. Stéfhanie Zanelli Marques, 25 anos, filha do casal Dr. Marcelo Sena Marques e Dra. Simoni da Costa Zanelli Marques está entre as finalistas.
Já foi Miss Tabajara, Miss Polo Moveleiro, Garota Sanatório Geral e Garota Exapic.
É graduada em Direito pela FUPAC - UBÁ.
Está sendo preparada pela eterna Miss Ubá, Nádia Micheriff.
Boa sorte a nossa conterrânea!

Fonte: Ubá Digital - Gazeta RegJornal



Márcia Aroeira Barbosa



FOTOS E FATOS


           BELO ENCONTRO
                                                        
                                           Miúcha e Gilberto Gil - Aeroporto de Salvador                                           ESPAÇO ABERTO
É como um sonho encantado
que não termina jamais:
Ubá meu berço incrustado
dentro de Minas Gerais.
                                       Olympio Coutinho
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ARY BARROSO
Ary, o chefe de família
ESCRITO POR Yvonne de Arantes Barrozo (arybarroso.com.br)

Ary era muito bom. Se eu não soubesse disso, ficaria sabendo no dia do seu enterro: perdi a conta dos que me abraçavam dizendo que muito lhe deviam, um emprego, uma interferência, uma assistência, um consolo. Ele não nos contava essas coisas. Mesmo sem isso, no entanto, sabíamos quanto era bom. Basta ver seu prestígio em nossa rua na Ladeira Ary Barroso. Gritava com os meninos que tiravam mangas em nosso quintal, para assustá-los. Costumava até ficar à janela, vigiando-os, participando da vida da rua. Os vizinhos gostavam dele. Nossa casa era o centro onde se tomavam providências e se resolviam problemas.
A vida boêmia não impedia que Ary ficasse muito tempo em casa. Tinha um jeito especial para brincar com crianças, e os netos permaneciam horas presos às histórias que contava. Partindo de uma simples caixa de fósforos, ou coisa assim, criava mil e um motivos de interesse para os pequeninos. O problema, agora, é explicar que ele se foi.
Não chegou a saber que tinha cirrose hepática. Nunca imaginou que a doença fosse tão grave. Continuava a fazer planos para o futuro. Não
era o Ary que se conhecia lá fora. Nos fins-de-semana em nosso sítio, obrigava-nos a brincadeiras incríveis, que comandava. Num carnaval no sítio, organizou um bloco, cujos participantes éramos nós mesmos, grandes e pequenos. Ary se fantasiou de Rei Netuno, e o fim da brincadeira foi cairmos todos na piscina. Muito preocupado com a família, cuidava de todos. Quando viajávamos, era todo atenção e medo de nos perder. Por ele, nem sairíamos dos hotéis.
Tinha enorme vitalidade. Não fui uma boa companheira para suas noitadas, porque ele não se contentava com uma boate só de cada vez, indo de uma para outra, até às seis e às sete da manhã. Quem aguentaria?
Possuidor de urna fé em Deus muito grande. Em Deus acreditava. E quando lhe perguntavam o porquê ele respondia: "Para fazer este mundo só um Deus mesmo!"
Foi um homem de sorte: Até na morte. Pois dizem que a cirrose provoca dores tremendas em todo o corpo, e ele não sofreu nada. No fim, teve urn colapso - e pronto
Era engraçado. Se gostasse da pessoa, se simpatizasse com a pessoa, ficava implicando freqüentemente, sem perder o respeito, é claro. Se não gostasse, cairia na indiferença, podia fazer a coisa mais bonita que ele não se interessava. Se tivesse simpatia por alguém, e sentisse que tinha valor, ficava provocando até que se irritassem. Tinha a mania de provocar rixas, mas amigavelmente.
Para nós, sua famíllia, não era o Ary da Aquarela do Brasil e tantos
outros sucessos na música popular brasileira e estrangeira. Era, sim, o Pai inigualável, sem rotina, que levava de arrastão, na alegria, a sua família; que trazia uma mensagem nova todo dia, para mim e para seus filhos e netos; que enchia o lar com as palavras musicadas, trazendo urna nota de renovação espiritual e uma mensagem de vida em cada nota musical; que fazia de seus filhos e seus netos o seu mundo; não o mundo conhecido de todos lá fora, mas o mundo interior de Ary, que ninguém se lembrou de mostrar quando ainda vivia.
Hoje, aquele piano no canto da sala é mudo, não há quem o faça dizer nada, porque só ele sabia fazê-lo bem.

Colaboração: Miguel Batista
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