Editorial
Nosso periódico tem recebido cumprimentos, cujos primeiros seriam divulgados nesta edição, ficando para a próxima por falta de espaço. O Informativo AULE é especialmente útil, inclusive para mostrar que nossa entidade está funcionando, é dinâmica, com permanente intercâmbio acontecendo entre acadêmicos, coirmãs e congêneres, leitores outros daqui e alhures... Na próxima edição, mais novidades.
ESCLARECIMENTO AO DOCUMENTARISTA CLAIR RODRIGUES (aqui publicado por conta da relevância como fato histórico da região): — ABRE ASPAS — Na verdade é ao contrário. “A Brazileira” nasceu da Casa Telles. Adriano Telles, proprietário desta criou aquela para ser sua sentinela avançada em Portugal. Eis que a Casa Telles foi a primeira empresa brasileira a exportar café para a Europa (via A Brazileira). A Casa Telles seria hoje uma loja de departamentos. Desde o gênero alimentício, artigos para cama, mesa e banho, moda, até como você bem disse, “secos e molhados”. Era a maior compradora de café da região. E ainda operava como instituição bancária em parceria com bancos cariocas.“A Brazileira”, especializada em café, foi a ponta de lança da Casa Telles para exportação. Adriano ainda arrumava tempo — não sei onde — para ser um atuante vereador em Rio Branco, ora, pois, pois. Abr. Cléber Lima — FECHA ASPAS
UMA INESQUECÍVEL CENA DE CINEMA - Cléber Lima –
ABRE ASPAS – Um dia recebi um telefonema da saudosa amiga de Ubá, a professora Maria de Loretto Camilotto Rocha. Ela se dizia aflita com uma questão cultural de suma importância. Pedia-me socorro, na certeza de que eu resolveria o problema que tanto a angustiava. E expôs sua tarefa a cumprir e a missão que me reservava. Haveria lançamento do filme “O Aleijadinho”, em Ubá, com presença de parte do elenco e do diretor, Geraldo dos Santos Pereira. O cineasta dissera-lhe que era de Rio Branco e que gostaria de se encontrar com um rio-branquense de sua geração e que ainda se lembrasse dele quando menino ou adolescente. E eu, de bate-pronto respondi: “Ah Loreto, isso é fácil”. Ela veio no dia seguinte. E lá em casa eu a apresentei ao ator rio-branquense, Jotta Barroso. Este, solícito e animado, se prontificou a comparecer ao lançamento do filme em Ubá, dizendo-se que nascido em 1922, era quase três anos mais velho que os irmãos gêmeos Geraldo e Renato — de 1925. Explicou que o pai dos cineastas também era de Rio Branco, chamava-se Dr. José Alcides Pereira, conhecido popularmente na cidade como Dr. Zizinho, que fora Juiz de Direito, nesta e em diversas comarcas mineiras. Daí, o motivo da família ter saído da cidade, para voltar sempre, nas férias escolares. Jotta Barroso ainda contou casos da infância dos cineastas e — o mais importante! — afirmou ter trabalhado em alguns dos filmes deles, destacando-se “O Seminarista”. “Saiu melhor do que a encomenda!” — exclamou Loretto, em sorriso simpático e vitorioso. (A propósito. Nota digna de registro que se faz oportuna foi o fato do Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, José Alcides Pereira (o Dr. Zizinho, pai de Geraldo e Renato), com mais dois rio-branquenses, o Desembargador Antônio Pedro Braga e o Desembargador Antônio Villas Boas, na Revisão Criminal, reconhecerem o maior erro judiciário da história mineira. O acontecimento rumoroso gerou livro e um grande filme nacional, “O Caso dos Irmãos Naves”.) Noite de exibição de “O Alejadinho”. Casa cheia. No tablado, sob luzes, atores, atrizes e o diretor do filme. Surpresa! Loretto, fazendo suspense hitchcockiano, anunciou o ponto culminante do evento, o encontro de velhos conterrâneos, amigos e colegas de trabalho no Cinema. ”Quem seriam eles?” — perguntou a apresentadora, para aumentar o clima de curiosidade. Silêncio. Era tudo em off, para o diretor da película, que estava visivelmente interessado no desfecho. Sem contato por vários anos, para ele Jotta Barroso ainda estava no Rio. No palco, sob aplauso da plateia, o abraço fraternal e emocionado do cineasta Geraldo dos Santos Pereira e do ator Jotta Barroso. Coincidência! Um é patrono deste Festival de Cinema; e outro, patrono deste majestoso auditório, construído pelo Prefeito Iran. Como rio-branquense, fiquei feliz de ter participado desse episódio histórico. E como jornalista, de ter tido a exclusividade da reportagem para a “Voz de Rio Branco”. (Trecho de discurso do autor na abertura do Festival de Cinema de VRB (20/72015) FECHA ASPAS
AÇÃO DE ACADÊMICO MOSTRA QUE ESTA MICRORREGIÃO TEM POTENCIAL TURÍSTICO
Nosso confrade, o historiador Cléber Lima da Silva, na saída de nossa Sede Administrativa, onde esteve em visita, avisou que estava rumando para o local. Trata-se da tríplice vertente VRB / Paula Cândido / Divinésia (fotos abaixo). Na bagagem, estudos com vistas a ser afixada alí placa indicativa pela Prefeitura de Visconde do Rio Branco. “De lá se avista São Geraldo, Rio Branco e Ubá. Uma paisagem maravilhosa. Sugiro uma futura matéria — a partir de um tour no local pelos confrades (fica o convite) — contendo abordagem cultural, ambiental e regional, pois congrega diversos municípios...”, opinou o insigne titular da pasta da Cultura de Visconde do Rio Branco.
Tríplice vertente VRB / Paula Cândido / Divinésia (6 Fotos: Cléber Lima)
Aniversariantes – NOVEMBRO: na próxima edição.
Reunião e Mensalidades/anuidade - ATENÇÃO: A reunião mensal de outubro, cuja pauta conterá assunto novo, será nesta quinta-feira, 27/10/2016, às 19h. Alertamos aos ainda não quites até competência DEZ/16 que evitem o seu enquadramento na Resolução 001/2016.
Marum Alexander NO FACEBOOK: Cumprimentar você por seus escritos, A.C.Estevam, é lugar-comum. Não é sem razão que sua presença na Academia Ubaense de Letras se faz mais que justa e necessária. Continue nos brindando com a sua verve e propiciando a nós todos o usufruto das pérolas que emanam do seu saber. Abraço fraterno, meu caro escudeiro e nobre 1º Secretário da AULE por várias gestões. Bom fim-de-semana.
MENSAGEM ENVIADA A UMA COIRMÃ QUE BRINDOU A AULE...:
“Em nome de todos os confrades e confreiras da Academia Ubaense de Letras, agradeço a esse sodalício co-irmão, na pessoa de sua Presidente, acad. Maria Rita de Cássia Preto Miranda, pela gentil oferta à nossa entidade dos exemplares da "Coletânea: 30 Anos da Academia Paraisense de Cultura - 1986-2016". Parabenizo a essa nobre Academia pela relevante publicação e cumprimento a todos os acadêmicos que tiveram seus excelentes escritos inseridos na referida Antologia. Vida longa à Academia Paraisense de Cultura! Saudações acadêmicas, Mtº Marum S. Alexander - Presidente da AULE.”
(Nota do Informativo: A APC situa-se em S. Sebastião do Paraíso, MG)
Caro amigo e confrade Estevam: Relativamente a “Excertos do ASAL” — como se intitula um dos seus últimos livros —, ele é de leitura prazerosa, são excertos edulcorados com narrativas em que as virtudes de Seu Zequinha, o homem, extrapolam seu colossal empreendimento. Por sua formação acadêmica e profissional, você, o autor, poderia escorregar nas informações insípidas e enfadonhas dos dados que radiografam esta empresa fantástica, cujo erro maior, segundo parâmetros econômicos, decorreu do espírito de humanidade que norteou seu fundador em detrimento do lucro como missão mor, com aquela roupagem toda do capitalismo selvagem que camufla lobos em peles de cordeiros. O Armarinho Santo Antônio, pelo que pude depreender, era uma empresa além do seu tempo, e, por conseguinte, ainda inadequada ao planeta em que vivemos — inclusive nos dias hodiernos! —, em que a canhestra filosofia empresarial transmuta o homem em lobo do próprio homem! Não sou economista, razão por que não poderia opinar com rigor técnico; entretanto, com olhar poético e humanista, ouso afirmar que Ubá foi privilegiada por acolher em seu seio um anjo tutelar que idealizou um mundo melhor, e a perspicácia de reconhecer que o homem tem a potencialidade do bem apesar do mal que o rodeia. Por derradeiro, você, de igual modo, conseguiu humanizar sua narrativa, sem pieguice ou loas incensadoras. Bendito sejas, Estevam, por ter olhos de ver em profundidade o cerne das blandícies d'alma daquele empresário que nunca perdeu a capacidade de sonhar... e amar, quem sabe? Se não me engano, o logotipo do ASAL era o nome da empresa em formato de peixe. Muito apropriado, pois imitando o Cristo, seu Zequinha era também um pescador de homens. Ainda vou garimpar muitas preciosidades no veio do "Excertos do ASAL” , que não é livro para leitura sôfrega, mas analiticamente, como se requer. Um fraternal abraço, Felipe Uehbe de Ataíde Braga – Goiânia, GO
— ["Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)]
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