quinta-feira, 14 de junho de 2018

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº2092 - ANO 8


  Lígia Aroeira
Família em Festa


O Pedro chegou para alegria da família do dentista Luciano Amaral de Souza e da fonoaudióloga Priscila Carneiro Pereira de Souza.
A vovó paterna Inês e os queridos amigos Murilo Pereira e Christina Carneiro Silveira Pereira, avós maternos, estão radiantes de alegria.
Parabéns para todos e muitas bençãos para o Pedro.
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Rosália Stoduto
A querida ubaense que reside na Itália
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Elza Marcato

UBÁ  161 ANOS
A Prefeitura Municipal de Ubá divulgou a Programação Oficial da Festa de aniversário da cidade.
No ano em que se comemora 161 anos, Ubá irá celebrar em grande estilo com shows  de Alcione, Toni Garrido, Marcos e Belutti, Adriana Arydes (atração Católica), Rafael Bitencourt (atração Evangélica) e de 15 Bandas locais. Parque de diversões e
atrações infantis.
A Festa acontece entre os dias 29 de junho e 3 de julho, com entrada gratuita, no Horto Florestal.
Fonte:   Assessoria de Comunicação da P.M.U
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 Meu Patrono 
Monsenhor Paiva Campos
José Corrêa de Paiva Campos nasceu em Jequeri, arraial do município de Ponte Nova, em 22 de agosto de 1870, filho de Joaquim Corrêa de Paiva e Ana Corrêa de Paiva Campos. Ordenou-se em Mariana aos 21 de dezembro de 1895.

Antes de vir para Ubá, Paiva Campos foi vigário em duas paróquias: De 1896 a 1898, em Bom Sucesso do Urucum, atual Urucânia e de 1898 a 1902, em Amparo do Serra (terra natal do saudoso Dr. Agenor Barbosa). Em 1902 foi transferido para Ubá, onde em 05 de fevereiro de 1903, tomou posse como coadjutor do Pe. João Severiano. Após o falecimento deste, foi nomeado em 1907, vigário da Paróquia de São Januário.

Embora jamais tenha ocupado uma cátedra oficial, Paiva Campos alinha-se entre os nossos grandes educadores, principalmente pela sua quase obsessão de criar em Ubá, uma escola normal para as moças, que para conseguirem um diploma de normalista, precisavam se deslocar para Juiz de Fora, Barbacena ou Mariana. 

Em todos os movimentos que surgiram para fundar escolas, lá estava Paiva Campos junto a outros notáveis naquele início do século XX, como Levindo Coelho, José Augusto de Rezende, João Câncio da Costa Prazeres, Arduíno Bolivar e Cel. Carlos Brandão, tentando conseguir junto às autoridades eclesiásticas, a vinda de religiosas educadoras para Ubá. 

Depois do fracasso do colégio Santo Rosário, Paiva Campos não esmoreceu. Participou da tentativa igualmente frustrada de fundar a Escola Normal Sagrado Coração de Jesus, que o Estado não aprovou, alegando falta de recursos. 

Tornou-se célebre a sua frase: “Tenho fé no Sagrado Coração de Jesus que eu não morro sem ver fundado em Ubá, um colégio para as moças”.

As preces de Paiva Campos foram ouvidas. Em 12 de abril de 1911, um telegrama do bispo de Mariana, D. Silvério Gomes Pimenta, mudou o destino das famílias ubaenses...

1910 – Portugal passa por uma reviravolta política. Rebeldes derrubam a monarquia e proclamam a República. Segue-se à revolução, uma onda de violência, perseguições políticas, ódio à religião. Nesse ambiente hostil, um grupo de religiosas educadoras da Congregação do Sagrado Coração de Maria, fundada por Padre Gailhac, deixa o convento e parte para o Brasil no dia 21 de fevereiro de 1911.

Em 10 de março de 1911, as freiras chegam ao país e vão ao encontro do Bispo de Mariana, Dom Silvério Gomes Pimenta, que havia se comprometido a ajudá-las. A ajuda, porém, é negada, sob a alegação de que ele havia se enganado: pensou tratar-se de irmãs hospitalares, não educadoras. As religiosas são, então, encaminhadas a Sete Lagoas, onde ficam alojadas na casa do padre local. Não são bem-vindas. Na casa do pároco não há comida suficiente; elas não possuem dinheiro; a bagagem havia ficado para trás; e, à medida que mais religiosas chegam, a situação torna-se insustentável. Algumas freiras adoecem; na casa paroquial, reina o caos. 

O Bispo envia um telegrama ao vigário de Ubá em 12 de abril de 1911, nos seguintes termos:

“Chegaram da Europa algumas religiosas, vítimas da fúria do governo português. Não tenho onde colocá-las e sabendo do seu empenho por um colégio de meninas nesta cidade católica, pergunto se as quer aí. Consulte os homens de valor, e em caso afirmativo, mande dinheiro para a viagem delas, porque em Sete Lagoas estão à míngua do necessário.” 

Paiva Campos saiu à rua anunciando alegremente a boa nova. Contam os antigos, que ele até mandou repicar os sinos da igreja, em sinal de alegria pela notícia recebida. A sua resposta a D. Silvério Gomes Pimenta não tarda a chegar: “Aceito religiosas, presente do Céu. Remeti necessário Sete Lagoas. Segue carta”.

Em 22 de junho de 1911, entre bênçãos e flores, entravam na cidade as cinco religiosas portuguesas do Sagrado Coração de Maria: Ir. Maria de Aquino Vieira Ribeiro, Ir. Maria de Assis Gomes da Fonseca, Ir. Santa Fé Gomes Conde, Ir. São Leão Moura e Ir. Elisa Saraiva, que tanto se dedicaram à educação moral e intelectual da mocidade ubaense neste templo solene, consagrado ao saber, o primeiro Colégio Sagrado Coração de Maria no Brasil.

Inicialmente instalado no velho solar do Cel. Francisco Theodoro Gonçalves, o colégio já possuía carteiras, mesas, mapas, quadro-negro e alunas – contribuição do “Aula Regina Godinho”. Com a chegada das religiosas à cidade, a Profª Regina Godinho, além de doar todo o material necessário para que as primeiras salas de aula começassem a funcionar, também cedeu suas alunas para o recém criado colégio, permanecendo apenas com os meninos. Seu pai, o major Ignacio Godinho colaborou para a sua implantação, conseguindo alunas internas nas cidades vizinhas e trabalhando para a compra do solar que pertenceu ao coronel Domiciano Ferreira de Sá e Castro, para onde o colégio foi depois transferido. 

Fundado em 23 de junho de 1911, foi equiparado à Escola Normal Modelo da capital por decreto de 30 de setembro de 1913. Em 1916, o colégio contava com 100 alunas internas e 60 externas. 

Portanto, se Padre Gailhac (Pierre Jean Antoine Gailhac) foi o fundador da Congregação das Religiosas do Sacré-Coeur de Marie, José Corrêa de Paiva Campos foi o fundador do Colégio dessa Congregação em Ubá.

Educador, Jornalista, Musicista e Político

– Paiva Campos foi Inspetor Escolar por vários anos. 

– Jornalista, era o redator-chefe do periódico “O Apóstolo”, de propriedade do Sr. Belarmino Campos, fundado em 21 de abril de 1907, e em cuja tipografia, ensinava a arte tipográfica aos meninos sem profissão. 

– Musicista, fundou a Banda Sagrado Coração de Jesus, formando muitos instrumentistas.

– Organizou o Apostolado da Oração. Consertou o piso da igreja, retirando o velho de tábuas e colocando ladrilhos, além de construir um passeio para proteger os alicerces e oferecer mais conforto aos paroquianos.

– No período de 5 de agosto a 28 de outubro de 1913, Monsenhor Paiva Campos, viajou a Europa. Visitou inicialmente a Itália, sendo foi recebido no Vaticano, em audiência especial por Sua Santidade o Papa Pio X. Depois de Roma, Paiva Campos viajou por quase toda a baixa Itália, observando com interesse a vida no campo, visitando templos católicos e monumentos de arte, encantando-se com a magnificência artística dos túmulos do cemitério de Genova e conhecendo de perto a luta titânica do lavrador italiano contra a esterilidade das suas terras multisecularmente trabalhadas. Da Itália, foi ao Santuário de Lourdes, na França. Em Portugal, esteve em Lisboa e no Porto; na Espanha, visitou Madrid e Barcelona, retornando em seguida ao Brasil. 

– Em 1922 recepcionou em Ubá, o então Núncio Apostólico do Brasil, D. Henrique Gasparri.

Monsenhor Paiva Campos, além das funções eclesiásticas a que dedicava o máximo zelo e de exercitar com grande proveito para a causa pública o jornalismo, era ouvido com grande acatamento em Ubá e em grande parte da Zona da Mata Mineira, como líder político bem orientado e seguido por muitos correligionários.

Além de sua luta em favor da educação, sua presença era notadamente constante em eventos com envolvimento político, inclusive apoiando explicitamente o grande jurista Ruy Barbosa de Oliveira contra o marechal Hermes da Fonseca nas eleições presidenciais de 1910. 

E Paiva Campos não se furtava em externar seu apoio a campanha civilista. Um exemplo disso aconteceu no então Distrito de Amparo do Serra, de cuja paróquia Paiva Campos tinha sido vigário antes de vir para Ubá e onde aconteciam em 10 de outubro de 1909, os festejos religiosos em honra a padroeira local, Nossa Senhora do Amparo. 

Ao terminarem os festejos, o povo desejoso de ouvir a opinião de Paiva Campos sobre as candidaturas presidenciais, deu-lhe a palavra e o ilustrado sacerdote externou sua opinião a respeito do assunto, dizendo ao povo que não poderiam os católicos votarem no Marechal Hermes por ter o mesmo declarado à Maçonaria, governar com ela, se fosse eleito. Fez considerações sobre a política do país, sendo muito aplaudido. 

Hermes da Fonseca venceu a eleição de 1910, mas Ruy Barbosa continuou merecendo o apoio irrestrito de Paiva Campos. Em 1919, num outro momento político, o Conselheiro Ruy Barbosa fez uma memorável viagem a São Paulo e Minas Gerais, sendo literalmente carregado nos braços do povo. Na histórica visita a Juiz de Fora, quando o ilustre visitante desembarcou na estação, Paiva Campos tomando-o nos braços, exclamou:

“Sou um homem feliz. Já carreguei o Brasil nos ombros!”

E Ubá – a terra que tanto amou – lhe foi muito ingrata com as perseguições que então sofreu, unicamente porque preferiu Ruy Barbosa ao marechal Hermes da Fonseca, e que resultaram em sua renúncia em 1923, ao cargo de vigário da Paróquia de São Januário.

Paupérrimo e amargurado, foi obrigado a dispor de sua oficina gráfica e de instrumentos musicais, inclusive de seu piano, para pagar as dívidas contraídas com suas despesas de saúde, farmácia, etc.

Em 1926 Paiva Campos se submeteu a uma intervenção cirúrgica, mas sua saúde já estava muito combalida.

Acometido de tuberculose, acabou falecendo em 9 de janeiro de 1928, na cidade de Juiz de Fora, conforme nota publicada pelo jornal “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. Seu sepultamento se deu em Ubá.

A municipalidade ubaense o homenageou, dando seu nome a uma rua do centro da cidade. Denomina-se “Rua Monsenhor Paiva Campos”, a que liga a Rua Pe. Gailhack a Av. Raul Soares. 

José Corrêa de Paiva Campos é Patrono da Cadeira nº 05 da Academia Ubaense de Letras, inicialmente ocupada pela acadêmica Marília Crispi Carneiro, sucedida pelo acadêmico Clair de Melo Rodrigues, seu atual ocupante.

Fontes:
– “História de Ubá para as escolas” e “Colégio Sagrado Coração de Maria – 80 Anos (1911-1991)” – Clotilde Vieira;
– “Minas Geraes e seus municípios – Zona da Matta” – Roberto Capri (1916).
– Jornais da época

Acadêmico Clair de Melo Rodrigues
Cadeira nº 5 – Patrono: Monsenhor Paiva Campos
AULE – Academia Ubaense de Letras

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Um comentário:

  1. Texto muito interessante sobre a História de Ubá. Meu Patrono Monsenhor Paiva Campos. Enviado por Clair de Melo. Belo texto.

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