Lígia Aroeira
Congado
Neste 6 de janeiro, dia dos Santos Reis, o Congados Nossa Senhora do Rosário de Ubá, mantendo a tradição, participou da celebração dominical na Igreja do Divino Espírito Santo.
Colaboração: Jornalista Levindo Barros
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Amigas para Sempre
Rita Andrade e Antonina Azevedo que reside atualmente em Piracicaba/SP
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Elza Marcato
EM PAUTA
A Empresária Waléria Furtado Arruda, proprietária do KUMON-Unidade Ubá - participou do Treinamento Geração e Transmissão de Valores no Método KUMON.
Local: Hotel Ouro Minas - Belo Horizonte - MG.
Parabéns por atualizar-se em novos cursos!
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Aconteceu a reinauguração da "Aquariu'S Jóias Ubá.
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Aconteceu a reinauguração da "Aquariu'S Jóias Ubá.
A Loja é tradição na Cidade Carinho, e também na vizinha Visconde do Rio Branco.
O casal de Empresários Phelippe Oliveira Santos e Isabella Ervilha Cardoso recepcionou clientes e amigos.
Fonte: Revista Fato/Dezembro
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Espaço Aberto
Dr. Christiano Roças
Christiano Alves de Araújo Rôças nasceu em 02 de março de 1865, filho do coronel João Alves de Araújo Rôças. De seu consórcio com D. Maria Monteiro Rôças, que faleceu prematuramente, nasceram três filhos: Violeta, Abelardo e Orlando.
Abraçou o exercício da Medicina, dedicando-se com desprendimento e competência à prática de tão nobre ofício, gozando sempre de justo conceito entre seus colegas e dispondo sempre de vasta clientela.
Filho de Ubá, nunca aspirou posições com o fim exclusivo de seus próprios interesses. Retraído, só saiu a campo, quando um grupo de homens ilustres e amantes do progresso de Ubá, como foram os saudosos Srs. Drs. Antônio Raymundo Tavares Belfort, Theophilo Affonso Rodrigues e Martinho Duarte Pinto Monteiro, chamaram-no para que dirigisse a representação local do Partido Republicano Mineiro, com um programa feito, visando sobretudo o elemento de Ubá e de suas classes produtoras e comerciais.
“Não sou político, não almejo posições, mas, uma vez que Ubá reclama a minha coadjuvação em bem de seu progresso, eu, que estou cansado e que devia acabar tranquilo o tempo que me sobra de vida, porque não tenho necessidade de ser pesado aos meus amigos, acabarei, espero em Deus, mostrando-lhes, quando menos, o alto interesse que tenho de que esta terra reviva.” (Christiano Rôças)
Foi eleito Vereador no primeiro pleito de que participou para a renovação da edilidade. De posse de uma cadeira, começou a trabalhar com projetos elaborados, e apresentados nas sessões da Câmara. O despeito dos políticos não faltou, veio logo e obrigaram-no a fazer-lhes frente em combate decisivo, porém, sério e honesto.
Veio o pleito seguinte, e o povo em sua quase unanimidade, o fez assumir os destinos do município. Nessa posição brilhantíssima se manteve sendo por fim eleito deputado estadual, depois de quase imposto por seus amigos. Como deputado, foi rápida a sua passagem no congresso mineiro. Junto ao governo, captando as simpatias de seus amigos, foi para Ubá que levou todos os benefícios.
Christiano Rôças cuidou do saneamento da cidade, sujeita periodicamente às epidemias de febre tífica e alastrim (varíola). Conseguiu do Estado um empréstimo de quinhentos contos de réis, para os serviços de água e esgotos.
No curto período em que foi deputado estadual, assumiu interinamente o cargo de Agente Executivo Municipal de Ubá, o coronel Pedro Xavier Pires.
Ao regressar à terra natal, Christiano Rôças, assumiu novamente o cargo de Presidente da Câmara. Nesse período, abriu a Rua Nossa Senhora da Saúde, com saída para o então distrito de Sant’Ana do Sapé, hoje cidade de Guidoval e iniciou a construção da via que mais tarde levaria o seu nome, a Av. Christiano Rôças. Criou o cemitério público do Divino de Ubá, atual Divinésia. Promoveu o calçamento da Rua São José e investiu em escolas mistas, com a inauguração de sete escolas no período de 1 ano. Sob sua gestão, foi inaugurada a energia elétrica em 1º de janeiro de 1913. Levou serviços de limpeza diária aos distritos e proibiu a abertura do comércio aos domingos. Foi um brilhante jornalista e diretor do jornal “Folha do Povo”.
Sua administração esteve voltada para o saneamento da cidade. Iniciou os trabalhos de infraestrutura, porém tal projeto não se completou em razão de sua morte inesperada em 30 de abril de 1914.
Embora o ilustre político guardasse há dias o leito, não se suspeitava um desfecho fatal, pelo que sua morte causou dolorosa surpresa e geral consternação, deixando inconsoláveis seus três filhos: D. Violeta Rôças de Castro, casada com o Dr. José Felippe de Freitas Castro; Dr. Orlando Rôças, inspetor sanitário na capital federal e o ilustre diplomata Dr. Abelardo Rôças.
Seu sepultamento foi extraordinariamente concorrido. O caixão mortuário deixou sua residência às 7 horas daquela manhã chuvosa e cinzenta de 1º de maio de 1914. Na matriz de São Januário, fez a encomendação de corpo presente, o Revmº. Pe. Ângelo Lanzillotti.
Apesar da chuva miúda e intermitente que caiu durante quase todo o dia, fazendo lama pelas ruas e dificultando a passagem nas estradas aos inúmeros amigos do ilustre extinto, que com dificuldade puderam comparecer ao enterro, o acompanhamento foi grande, calculando-se em mais de 500 pessoas.
No cemitério, depois das íntimas e tocantes cerimônias religiosas, ao baixar o corpo à sepultura, usou da palavra o Dr. João Câncio da Costa Prazeres, juiz de direito da comarca, que em seu nome e dos amigos do morto, disse-lhe o último adeus em uma sentida e amargurada oração, daquelas que só ele, um artista da palavra, era capaz de produzir.
Sucedeu o Dr. Christiano Alves de Araújo Rôças na Presidência da Câmara, o coronel Pedro Xavier Pires que ocupava o posto de Vice-Presidente, cargo este que passou a ser ocupado pelo major Raul Moreira Horta.
O Dr. Abelardo Rôças, filho do Dr. Christiano Rôças, foi um dos grandes nomes da Diplomacia brasileira na primeira metade do século XX. Representou o Brasil no México, Santiago, Lima, Washington, Londres e, finalmente, em Madrid, posto que precedeu a sua aposentadoria. Em 1907, o ilustre conterrâneo fez parte da embaixada brasileira à 2ª Conferência de Haya, na Holanda, chefiada pelo Conselheiro Ruy Barbosa, que depois de seu brilhante desempenho em defesa do princípio da igualdade entre as nações, passou a ser chamado de “Águia de Haya”, título recebido do Barão do Rio Branco, então Ministro das Relações Exteriores.
Deixando a Diplomacia, o Dr. Abelardo Rôças exerceu, por algum tempo, o jornalismo, como diretor do matutino, “O Sol”. Faleceu em consequência de um derrame cerebral, em 14 de abril de 1954, no Rio de Janeiro, deixando viúva a Sra. Olga Lyon Rôças.
A municipalidade ubaense homenageou o ilustre médico e político, dando seu nome a dois importantes logradouros públicos, a Av. Christiano Rôças, aberta em sua gestão e uma das principais artérias da cidade e o maravilhoso jardim da Praça São Januário, o Jardim “Christiano Rôças”.
Até o início do terceiro lustro do século XX, o belo jardim da Praça São Januário, era um extenso gramado inculto, cortado em diagonal, da esquina da Rua Municipal (atual Av. Raul Soares) em direção à Rua do Commercio (Rua Peixoto Filho), por uma faixa de chão limpo, por onde transitavam carros de bois e carroças. Em outros sentidos, havia estreitos trilhos usados por pedestres e, quase ao centro, se erguia um chafariz – coisa extraordinária, numa cidade sem água e apenas servidas pelas minas...
Por volta de 1913, na esquina da Rua 13 de Maio, residia Martinho Freire de Andrada. O antigo Coletor Municipal imaginava como o local estava adequado para um jardim público e, como homem de iniciativa e bom gosto, logo pôs mãos à obra, embora vencendo toda sorte de dificuldades.
Martinho Freire de Andrada e um grupo de moradores, limparam toda a área e deram início a construção do jardim. Um agrimensor francês Georges Auvray, esboçou a primeira planta da área, configurando a disposição dos canteiros e as curvas das alamedas.
E assim, ora pedindo donativos ao comércio, ora obtendo da Câmara a construção de portões nas quatro faces, conseguindo da Leopoldina Railway os postes de trilhos usados, e também despendendo bastante de seu próprio bolso, ia o incansável Martinho Freire cercando o largo com arame liso e, em pouco tempo, começava a plantar flores e arbustos. E de seu esforço e diligência, nasceu o nosso primitivo jardim.
Após a morte de Christiano Rôças em 30 de abril de 1914 e sempre com o entusiasmado apoio de Martinho Freire de Andrada, a obra foi concluída pelo sucessor, coronel Pedro Xavier Pires. No dia 16 de maio de 1915 foi inaugurada a Praça de São Januário e o seu jardim público denominado Jardim “Christiano Rôças”.
Recordar os mortos queridos é um dever que os corações bem formados cumprem com prazer e sem esforço.
É por isso que a cidade de Ubá rende à memória de Christiano Rôças a homenagem de quase um culto, porque ele soube ser bom e querer esta terra como à filha dedicada. Na imprensa e na administração pública, como no exercício de sua clínica médica, deixou o Dr. Christiano os traços característicos de sua individualidade: talento, ponderação e bondade.
Com estas qualidades, foi que o ilustre morto iniciou nova época de progresso e prosperidade para Ubá, cujas melhores conquistas foram iniciadas em sua administração como Agente Executivo, dele trazendo o cunho indelével.
“A Cesar o que é de Cesar” e a Christiano Rôças a saudade e o reconhecimento eterno do município, pelo muito que pugnou em prol do saneamento, da instrução e do bem estar da população.
Colaboração: Clair M. Rodrigues
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