Lígia Aroeira
Damiano - 3 Anos
Murilinho é filho dos ubaenses Murilo Dias paes e M. Luzia(Isia) Damiano Maciel
Elza Marcato
Espaço Aberto
Último mês em Ubá
Em Ubá nasceram minhas duas últimas irmãs, Eneida e Elimar. Tudo corria maravilhosamente bem. Porém, no dia 3 de julho, quando se festejava o Centenário da Cidade, papai comunicou, para tristeza da mamãe e minha, que iríamos embora de Ubá.
Para mim, a mudança começaria comigo, pois seria imediatamente enviado à Bahia, onde deveria cursar o segundo semestre do primeiro ano ginasial. Ficou claro que ele não queria que eu continuasse no São José. Ainda tentei, sem sucesso, permanecer até o final do ano, residindo com vovô, em cuja casa havia passado a dormir assim que as aulas se iniciaram no Ginásio São José.
Como tinha de acordar às cinco para sair às seis da manhã, mamãe achou conveniente que eu fosse para a casa dele, que acordava às quatro, para trabalhar, como atividade de aposentado, num pequeno ateliê doméstico. Confeccionava velas e beneficiava palhas de milho, transformando-as nas mortalhas usadas no capeamento do cigarro rural, feito com fumo de corda, picado ou desfiado. Pois bem, às cinco em ponto, vovô Almeida dava três pancadinhas na porta do quarto e dizia:
- Ubaldo, está na hora!
Após o café com angu, preparado pela vovó Josina, seguia o caminho do ginásio, pedalando a bicicleta e metido numa farda de inspiração nitidamente militar. Compunha-se de calça comprida de brim, na tonalidade marron claro, e camisa de mangas compridas de igual cor, em tecido de algodão. Na lapela dos ombros ficavam as divisas indicativas da patente ginasial, de um a quatro, de acordo com a série cursada pelo aluno. No meu caso, apenas uma divisa, que anunciava se tratar de um calouro. Sapatos, meias e cinto preto completavam o fardamento que me enchia de orgulho. Não se usava gravata.
No último mês em Ubá fiquei sabendo que, embora tivesse sido convidado pelo prefeito José Pires da Luz, para a festa do Centenário da Cidade, no dia 3 de julho, o mais famoso filho da terra, Ary Barroso, não compareceu, por vindita, uma vez que a Câmara Municipal não aprovou um projeto que concedia o seu nome a um logradouro público. Isso rendeu muitos comentários entre os moradores da cidade. Meu pai foi um dos que criticou a atitude da casa legislativa.
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