"Os latinos da cidade gritavam, em espanhol, "saca una foto!". Quando entramos no hotel, as camareiras enlouqueceram, apertando nosso rosto, dando uns tapas brutos, chamando a gente de 'Ned’s babies'. E meu pai dava risada, dizendo que era famoso pra caramba."
Até meados da década de 1980, Nelson Ned foi um dos cantores brasileiros mais populares do planeta, abarrotando qualquer estádio ou aeroporto em que pusesse os pés.
Singles de sua autoria eram uma presença constante nas paradas do continente americano, da Península Ibérica e da África lusófona. Ignorado pelas novas gerações, ele figura ainda hoje entre os maiores vendedores de discos na história do mercado fonográfico nacional.
Passados onze anos do fatídico encontro em Cotia, Barcinski publicou em novembro do ano passado o livro Tudo Passará – A Vida de Nelson Ned, o Pequeno Gigante da Canção (Companhia das Letras).
"Esse cara é tudo que um biógrafo pode querer. Sempre foi uma pessoa de extremos — o extremo da riqueza e da penúria, o extremo da libertinagem e da caretice, um sujeito capaz de amar e odiar com o mesmo fervor. Acho um personagem incrível, daqueles casos mais estranhos que a ficção", diz o jornalista.
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