"Era meio que um ritual", lembra Verônica. "Meu avô assistia ao Jornal Nacional e desligava a TV. Depois, minha avó se sentava em frente ao piano, com todo mundo em volta, e tocava até as dez da noite. Quando a gente viajava para o sítio, ela ficava no acordeon. Quase todo dia rolava essa seresta."
Nelson foi o primeiro membro da família a nascer com deficiência. Ele sofria de displasia espondiloepifisária, um tipo raro de nanismo, causado por mutações genéticas.
"Meu pai tinha uma caixa toráxica enorme e um pulmão bem forte", explica Monalisa.
"Nossa tendência é sofrer uma escoliose, uma curvatura acentuada na coluna, mas isso não aconteceu com ele, talvez por ter praticado natação durante a juventude. Aí a musculatura acabou formando uma espécie de colete, e creio que isso tenha favorecido o canto, naquele estilo tenorzão que todo mundo conhece."
Desde pequeno, Nelson chamava a atenção. Aos três anos, teve sua estreia na Hora do Guri, programa radiofônico que lançava artistas mirins em Ubá.
Em 1961, já morando na capital mineira, apresentou-se no Show de Prêmios DDE, atração veiculada pela TV Itacolomi, canal 4 de Belo Horizonte.
A convite da mesma emissora, interpretaria sucessos de Elvis Presley e Chubby Checker no Cirquinho do Bolão, espetáculo infantil patrocinado pela Lacta.
A fábrica de chocolates o empregava também como animador de rua — ele cantava numa Kombi cheia de bombons, percorrendo todas as escolas da cidade.
Dois anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali, foi acolhido por Silvio Santos, Hebe Camargo e Chacrinha.
"Num primeiro momento, a relação dele com a mídia era bastante cordial", observa Barcinski.
"A imprensa estava satisfeita por ter descoberto um menino talentoso, e ainda por cima 'anão', como se dizia na época. As matérias continham várias piadas duvidosas com a altura dele, algo impensável nos dias de hoje."
"Mas, apesar disso, eram simpáticas ao Nelson, retratado sempre como um garoto batalhador, um jovem superando o nanismo através da música."
Em março de 1963, a revista O Cruzeiro publicou uma reportagem de duas páginas a seu respeito.
"Ele recebe cumprimentos olhando para cima", dizia o texto. "Sob os refletores, mostra o verdadeiro tamanho do seu talento de gente grande."
A matéria continha uma manchete sensacionalista, reaproveitada no ano seguinte como título do primeiro álbum do cantor: Um Show de Noventa Centímetros.
Na capa do LP, Nelson aparece ereto, junto a uma fita métrica, vestindo smoking sob a luz de um holofote azul. Sua verdadeira altura, intencionalmente omitida pelos executivos da gravadora Polydor, era de 1,12 m.
"Eu senti como era pesado o meu corpo pequeno", diria ele sobre essa estratégia de marketing. "Eu não tinha cor, forma física, era apenas uma sombra branca para os produtores. Um simples anãozinho grotesco."
Moradores do asilo São Vicente receberam com muita alegria e sorrisos o Coelho da Páscoa.
Todos os lares e o café da tarde foram visitados e distribuído chocolates, guloseimas e brincadeiras...
Toda esta felicidade foi possível devido a equipe de apoio da instituição e de todos que doaram diversas caixas de bombons.
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