Em 1978, ele assistiu a um show de Nelson Ned na Cidade do México, enviando uma frota de carros oficiais para buscá-lo num resort. Dali, iriam para uma confraternização na sua casa de campo — uma enorme propriedade com lagos, hipódromo e uma réplica da discoteca nova-iorquina Studio 54.
Na Colômbia, a situação não era muito diferente. Traficantes locais despachavam aeronaves para São Paulo, a bordo das quais o brasileiro se dirigia a mansões particulares.
Quando não cantava em festas do crime organizado, Nelson fazia shows em boates gerenciadas pelos cartéis de Cali e Medellín — Pablo Escobar esteve presente em muitos desses eventos.
Tais excessos se intensificariam a partir de 1980, quando o artista conheceu Cida Rodrigues, a segunda esposa, morta em 2018. O casal saía todas as noites e voltava apenas pela manhã, ambos sob efeito de uísque e cocaína.
Durante a ressaca, irrompiam as brigas: Cida punha as roupas do marido no chão e ameaçava queimá-las; Nelson disparava contra o teto da sala.
Num sábado, 9 de abril de 1988, os filhos acordaram com um estampido. "Encontrei o patrão chorando", diria Manoel Antônio Ramos, o motorista da família. "Havia manchas de sangue no hall de entrada e no caminho para a porta."
O jornal O Globo anunciaria em sua capa: "Nelson Ned tenta matar a mulher com tiro no peito".
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