Lígia Aroeira
Festival Cultural

Nelson tivera um derrame cerebral — após um mês de internação, o AVC o deixaria com a fala prejudicada e sequelas permanentes no lado esquerdo do corpo.
Sua última apresentação ocorreu em São Paulo, no dia 26 de abril de 2008, durante o evento Virada Cultural.
Às 19h daquele sábado, visivelmente fragilizado, o artista subiu num palco, esforçando-se para cantar seus clássicos à plateia que se aglomerava no Largo do Arouche.
Dali em diante, sua única fonte de renda seriam os royalties das músicas que compusera ao longo das décadas de 1970 e 80 — uma verba insuficiente para as despesas básicas da casa.
Ao visitá-lo, familiares se assustavam com os arranhões e hematomas que apareciam em sua pele. Um dia, a irmã de Nelson o resgatou — alegando que o levaria para um passeio, buscou o cantor no Alto da Boa Vista, para nunca mais voltar.
Em programas vespertinos da TV aberta, Cida acusou a família de sequestro. Em 2012, um incêndio destruiu a mansão, reduzindo a cinzas os Discos de Ouro que Nelson Ned ganhara ao longo da carreira.
Dois anos depois, Verônica visitou o pai numa clínica de repouso. As enfermeiras tentavam reanimá-lo — ele havia sofrido um desmaio, agravado por um quadro de pneumonia. A ambulância o levou para um hospital público de Cotia (SP), onde morreria nas primeiras horas de um domingo, 5 de janeiro de 2014.
As filhas consideram que esse foi o desfecho de um caminho vitorioso.
"Meu pai levou pontapés e sofreu dores de amor", reflete Monalisa. "Mas também foi uma criança querida e um homem resiliente, mesmo na doença. Ainda acordo com frases dele ecoando dentro da minha cabeça. No fim da vida, ele sempre me perguntava se eu era uma pessoa feliz. E isso é muito bonitinho, sabe?"
Para Verônica, o percurso de Nelson Ned deve ser narrado integralmente, sem omissões.
"Acho importante falar sobre drogas, violência e alcoolismo", diz. "Querendo ou não, foi a história dele, é impossível mudar esse fato. E não acho que meu pai tenha morrido feliz, porque ele sentia saudades de si mesmo, da própria essência."
"Mas com certeza, ele partiu em paz. Eu sei para onde ele foi. E acredito que lá, esteja muito melhor do que todos nós aqui.
* Autoestima e autoconfiança: reconhecer as suas capacidades e vulnerabilidades.
* Senso de coletividade: para com as pessoas e o ambiente.
* Resiliência: resistir e superar obstáculos.
* Altruísmo: práticas visando bem comum. Respeito ao meio ambiente.
* Empatia: a difícil arte de se colocar no lugar do outro.
Atuar com amor e tolerância.
Elimar Jacob Salzer Rodrigues – Psiquiatra – CRM- 05204 – RQE 10844 – Mestre UFRJ
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