quarta-feira, 16 de maio de 2012

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº 474 - ANO 2


Lígia Aroeira Ferreira



Fique por dentro



CD "SEM PUDOR"
Miúcha Trajano Girardi

Nossa queridíssima amiga, presidente da Academia Ubaense de Letras, cronista,escritora, cantora... precisa mais?
Ouçam  o seu  CD "Sem Pudor"  e deliciem com sua maravilhosa voz e interpretação.
Está postado na internet, no link abaixo.



Elza Marcatto



Em dia com a notícia




     JOGOS DE MINAS

Vem aí a trigésima edição do Minas Olímpica -Jogos de Minas, programa esportivo de integração entre municípios do interior e a capital  do Estado, que faz parte do projeto estruturador do Governo de Minas Gerais para a difusão da prática esportiva.
Ubá tradicionalmente participa com atletas e equipes  que representam a nossa cidade nas mais diversas modalidades esportivas.
Em 2012, mais uma vez, o basquete masculino é esperança de medalha.
Em 1993 foi a primeira participação do basquetebol de Ubá nos chamados JIMIs (Jogos do interior de Minas). "Ficamos atrás apenas de Juiz de Fora," relembra  Alexandre Santos Mendes, professor de Educação Física e atleta.
De lá para cá a equipe ubaense participou de quase todas as edições .
Sucesso ao esporte ubaense. Torcemos por uma conquista inédita.


Fonte:Revista Fato de 2012.



Andréa M.Vieira Occhi








Faça seu estilo


                   JEANS


                  Jeans pra todas as horas!!!!Pra todos os estilos!!!!Eterno jeans!!!!

                       ESPAÇO ABERTO
O JARDIM

                                              Valério Silva*

*Pseudônimo do Prof.Newton Carneiro, antigo diretor do Ginásio São José.

         Há cerca de sessenta anos, aquele belo jardim da Praça São Januário era um extenso gramado inculto, cortado em diagonal, da esquina da Avenida Raul Soares em direção à Rua Peixoto Filho, por uma faixa de chão limpo, para trânsito de carros de bois e de carroças. Em outros sentidos, havia estreitos trilhos usados por pedestres e, quase ao centro, se levantava um chafariz – coisa extraordinária numa cidade sem água e apenas servida pelas minas...

Ali, naquele gramado, é que se iniciou nesta terra o futebol, introduzido por um carioca de nome Saint Clair Rabelo, ficando um dos gols ao lado da residência do Dr. Barletta e o outro do lado da casa do Dr. Fuzaro.

         Personagens ilustres de nosso escol social, naquela improvisada cancha, hoje coberta de flores, bateram bola e levaram trancos, às vezes terminando em espetaculosas quedas.

         Ninguém suponha que viessem de uniforme esportivo, de camisas coloridas, calções e chuteiras... Apareciam com qualquer roupa menos nova, pois alguns nem abandonavam o paletó, o colete e a gravata. A maioria, porém, vinha em mangas de camisa, de calças de brim com suspensórios e botinas de elástico, visto que não eram usados os sapatos; apenas as meias pretas, recobrindo uma dobra do cano das calças, ficavam a parecer um par de botas...

         E assim, entre tantos outros, o Coronel Carlos Brandão e o comerciante José Ziede; o promotor Arduino Bolívar e o solicitador Tatão Ramos; e mais ainda Francisquinho Gonçalves, Olintinho Brandão, Antonio Amaro, Sollero e Dr. Rezende foram os primeiros Pelés da terra ubaense...

         Aí por volta de 1913, na esquina da Rua 13 de Maio com o beco que vai à Rua Santa Cruz, residia o antigo Coletor Municipal, mais tarde Escrivão do Registro de Imóveis, Martinho Freire de Andrade, respeitável cavalheiro, de fino trato, porém, alegre e galhofeiro, exímio passador de trotes pelo telefone.

         Já nessa época se preparara bem aplainado campo para o desporto bretão, lá no extremo da Rua do Caxangá e cá, na Praça da Matriz, da janela do velho sobrado, via Martinho Freire aquele capinzal inaproveitado, onde frequentemente pastavam cavalos e cabritos. Imaginou como estava adequado para um jardim público e, como homem de iniciativa e bom gosto, logo pos mãos à obra, embora vencendo toda sorte de dificuldades.

         Um gordo e rubicundo agrimensor francês, Georges Auvray, esboçou a primeira planta da área, configurando a disposição dos canteiros e as curvas das alamedas.

         E assim, ora pedindo donativos ao comércio, ora alcançando de fazendeiros amigos que arassem o terreno, obtendo da Câmara a construção de portões nas quatro faces, conseguindo da Leopoldina os postes de trilhos usados, e também despendendo bastante de seu bolso, ia o incansável Martinho cercando o largo com arame liso e, em pouco tempo, começava a plantar flores e arbustos.

         E de seu esforço e diligência, nasceu o nosso primitivo jardim.

         Mas, havia no ângulo que aponta para a Rua 13 de Maio, umas velhas árvores, a cuja sombra costumavam, os rústicos cavaleiros da roça, amarrar as alimárias, quando vinham durante a semana para algum negócio e, especialmente aos domingos, na hora da missa. Cortadas essas árvores, deram de atar os cabrestos no arame do cercado, afrouxando-o e, ainda, o arrebentando.

         Martinho, sempre atento e zeloso, mandava pedir que tal não fizessem, porém os matutos, em maioria, não davam apreço às solicitações e continuavam a estragar o cercado; um aviso escrito, ali afixado, foi igualmente desatendido.

         Então, Martinho Freire, já irritado com a teimosia, apelou para outra solução; chamou dois moleques espertos, forneceu-lhes canivetes afiados e lhes prometeu:

         - Quem cortar um cabresto, ganha um tostão!  

         E ficava da janela e estimular os garotos, com acenos da cabeça e das mãos, como a dizer: “Agora! Corta!”

         Um dos moleques que mais agilmente se esgueirava entre os animais e melhor executava a tarefa de cortar, chegava ao desplante, após a missa, de avisar, fazendo cara de inocente:
        
         - Moço, não amarra mais aí, senão eles corta tudo...

         Ao fim de alguns dias, os roceiros acharam de bom aviso, mudar de lugar. Cinco cabrestos haviam sido cortados.

         E, aquele homem, a quem Ubá é devedora de uma homenagem póstuma, aquele criador do primeiro jardim público da cidade, aquele benemérito e desprendido Martinho Freire, que contribuíra de seu bolso e com seu trabalho para o embelezamento de nossa urbe – depois de tudo, afetando tristeza pelo gasto com o corte de cinco cabrestos se lamuriava jocosamente:

- Aqueles moleques me comeram quinhentos réis!...      

           


           

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