segunda-feira, 12 de novembro de 2018

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº2193 - ANO 8


  Lígia Aroeira
Ary Barroso 
Dia 7 de novembro Ary faria 115 anos.
Para comemorar o evento, familiares e amigos estiveram no Restaurante Fiorentina, no Leme, onde Ary morava, para lembrar a data. 
Noite maravilhosa com a presença de vários parentes e dos representantes de Ubá Celinho Campos e Raymundinho T. Pinto.
Rejane Guerra, Celinho Campos, Márcio( neto do Ary Barroso)

Para lembrar a data o neto Márcio Barroso e a promoter do Fiorentina-Rejane Guerra organizaram um "parabéns" e bolo em frente à estátua do compositor, no Restaurante Fiorentina.
Estiveram presentes na noite netos e bisnetos.
As comemorações não param por aí, será editado um documentário sobre sua vida e obra.
Colaboração: Jornalista Célio Campos
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      Elza Marcato 
ANIVERSÁRIO

Estátua de Ary em frente ao restaurante Fioentina - Leme/Rio

Comemorou-se, dia 7, 115 anos de nascimento do ubaense, ARY BARROSO.
Ilustre personagem da Cidade Carinho.
A data é recordada com muita alegria!
Sobre este nosso conterrâneo temos muitas histórias para contar.
Recordar sempre deste artista que engrandeceu nossa cidade.
Parabéns!
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Relembrando Ary Barroso
Texto de Olympio Coutinho

Orgulho de nossa Ubá
e da pátria mãe gentil
Ary Barroso, iaiá,
"sambarilou" o Brasil.

Na madrugada de 9 de fevereiro de 1964, uma segunda-feira de Carnaval, morria no no Rio de Janeiro um dos maiores gênios da música popular brasileira, o ubaense de nascimento, carioca por adoção e brasileiro por merecimento Ary de Resende Barroso, vitimado por uma cirrose hepática. Naquele início de madrugada, no Rio, enquanto Ary se despedia da vida que tanto amou e curtiu, a Escola de Samba Império Serrano desfilava na avenida com o enredo "Aquarela do Brasil", um de seus maiores sucessos e, certamente, uma das composições que mais o tornaram conhecido nacional e internacionalmente.
Em Ubá, sua cidade natal, o Carnaval era animado no Tabajara Esporte Clube. De repente, o mestre de cerimônias Honório Carneiro, na época apresentador de praticamente todos os eventos sociais da chamada Cidade Carinho, subiu ao palco e instruiu o Gezualdo Muzzinato, líder da Banda do Gezú, que animava o baile: "Vou fazer o anúncio da morte do Ary Barroso em menos de um minuto. Você para a música e, quando eu terminar, toque um pequeno trecho da Marcha Fúnebre e ataque em seguida com o Hino do Flamengo. Vai ser nossa homenagem ao nosso conterrâneo."
E assim foi feito. Anunciada a morte do grande artista, após alguns minutos de comentários e de tristeza, a orquestra voltou a tocar os sambas e marchas carnavalescos, pois o espetáculo não pode parar e, certamente, o Ary não gostaria de ser motivo de interrupção do Carnaval, ao qual ele deu tamanha contribuição.
Infância
Ary nasceu em 7 de novembro de 1903, em Ubá, na Zona da Mata mineira, onde passou toda sua infância e parte da adolescência. Com apenas oito anos, perdeu os pais (o deputado estadual e promotor público João Evangelista Barroso e Angelina de Resende) e foi adotado pela avó materna, Gabriela Augusta de Resende. Com o falecimento da avô materna, foi criado por uma de sua tias, Rita de Resende, musicista e conhecida da cidade e região como "Tia Ritinha", que lhe ensinou teoria, solfejo e piano. Foi ainda coroinha da Igreja Nossa Senhora do Rosário, porque sua avó sonhava em vê-lo pregando para uma multidão de fiéis. Parte de seu sonho foi satisfeito: Ary realmente conseguiu fazer multidão em Ubá, que o procurava para ouvi-lo tocar piano e executar suas composições.
Ary fez seus estudos curriculares na Escola Pública Guido Solero, no Externato Mineiro (do professor Cícero Galindo) e no Ginásio São José, em Ubá, tendo estudado ainda em colégios das vizinhas cidades de Visconde do Rio Branco, Viçosa, Leopoldina e Cataguases. Aos 13 anos, trabalhou como caixeiro da loja "A Brasileira", também de Ubá. Um dado curioso sobre a infância de Ary Barroso em Ubá é que ele aprendera sozinho a cuidar de gatos e chegou até a inaugurar o "Circo Barroso", de curta duração, onde os gatos eram a principal atração. Muita gente ia ver "os bichanos do Ary" e tinha de pagar na porta 500 réis para entrar.
Segundo depoimento de sua prima Carmem de Resende Silva, feito poucos dias após seu falecimento, Ary se queixava sempre da severidade de Tia Ritinha, que o obrigava a ficar todos os dias, três horas, dentro de casa, aprendendo piano e fiscalizava seus deveres escolares, que tinham de ser feitos com muito capricho. Mas Ary queria mesmo era jogar bola e conversar com companheiros. ele era goleiro de um time que formara e jogava de óculos, porque desde os 9 anos ficara míope. Curiosamente, o time tinha o nome de Botafogo, talvez denunciando que foi o time da estrela solitária e não o Flamengo seu primeiro amor futebolístico.
Juventude
Magro e usando óculos desde pequeno, Ary não impressionava pela beleza, mas pelo talento. Devido a este fato, teve muitas admiradoras, mas poucas namoradas. E, precocemente (graças às exaustivas aulas de sua tia), aos 11 anos, em 1914, já se exibia no palco do Cinema Brasil (único da cidade e que exibia filmes mudos) em recitais de piano em dueto com a Tia Ritinha. Despontava nele o gosto pela música e já ensaiava as primeiras composições. Segundo Carminha, a Tia Ritinha constantemente afirmava para os que frequentavam sua casa, um sobrado na rua São José 234, que "Ary tinha música nas veias e no coração".
Com somente 15 anos Ary lançava sua primeira composição: "De Longe", um cateretê, que foi sucesso em Ubá. Todos queriam conhecer o jovem compositor e sua casa estava constantemente cheia de admiradores para ouvi-lo executar a música que escrevera. Era o primeiro passo de Ary no caminho de música popular brasileira, que percorreu com brilho e dedicação.
Vida adulta
O falecimento de um tio, Sabino Barroso, ex-ministro da Fazenda, foi determinante na trajetória de vida de Ary Barroso. Então com 17 anos e ainda morando em Ubá, Ary recebeu uma herança de 40 contos e mudou-se então para o Rio de Janeiro com a intenção de estudar Direito, ficando sob a tutela do Dr. Carlos Peixoto. Aprovado no vestibular, ingressou na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde, apesar de aluno relapso, conseguiu consolidar sua veia artística e se interessar mais profundamente pela política e pelos esportes.
Adepto da boemia, é reprovado na Faculdade e resolve abandonar os estudos no segundo ano. Gastador, sua herança foi sendo pouco a pouco consumida, obrigando-o a buscar fontes de renda: emprega-se como pianista do Cinema Íris, no Largo da Carioca, e, mais tarde, na sala de espera do Teatro Carlos Gomes, como integrante da orquestra do maestro Sebastião Cirino, tocando ainda em várias outras orquestras. Em 1923, com apenas 20 anos, Ary Barroso compõe a marchinha "Paulistinha Querida", que lhe deu o primeiro prêmio num concurso de músicas de Carnaval.
Em 1926, resolve retomar os estudos de Direito, sem, contudo, abandonar sua atividade de pianista e compositor. Em 1928, é contratado pela orquestra do maestro Spina, de São Paulo, para uma temporada em Santos e em Poços de Caldas. É quando Ary resolve dedicar-se com mais empenho ainda à composição. São desta época as canções "Amor de mulato", "Cachorro quente" e "Oh! Nina", esta em parceria com Lamartine Babo, então seu colega na Faculdade de Direito. Em 1929, obtém finalmente o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais e tem a alegria de ver Mário Reis, seu colega de faculdade e grande incentivador, gravar duas de suas novas composições: "Vou a Penha" e "Vamos deixar de intimidades", que se tornaria seu primeiro sucesso popular.
Nos anos 1930, escreveu as primeiras composições para o teatro musicado carioca e muitas outras composições, como "Tabuleiro da Baiana", em 1937. Em 1940, então com apenas 37 anos, Ary compõe "Aquarela do Brasil". Considerada obra prima da música popular nacional, "Aquarela do Brasil", que inaugurou o gênero samba-exaltação, teve a primeira audição na voz de Aracy Cortes e foi regravada diversas vezes no Brasil e no exterior, tornando-se uma das músicas brasileiras mais executadas fora do País.
Ary era polivalente e suas composições abrangiam os mais variados estilos, como choro, xote, marcha, foxtrote e samba. Entre outras canções compostas nas décadas de 40 e 50 podem ser destacadas "Os Quindins de Yayá (1941) e "Boneca de Piche" e "Rio de Janeiro (1945), sendo que esta lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor canção original.
Em 1944, em sua trajetória de sucesso, Ary recebe o diploma da Academia de Ciências e Arte Cinematográfica de Hollywood pela trilha sonora do longa metragem "Você já foi à Bahia", de Walt Disney, o que fez o menino de Ubá ser ainda mais conhecido no cenário nacional e ampliar sua fama mundial. Na década de 50, compôs vários dos sucessos consagrados por Carmem Miranda no cinema.
Paralelamente à sua atividade musical, Ary Barroso tornou-se também radialista e, a partir de 1943, manteve durante vários anos o programa "A Hora do Calouro", na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro, no qual revelou e incentivou novos talentos musicais, mas sempre com muito rigor. Conta a história que, uma vez, ele se irritou com um candidato que, ao ser perguntado o que ia cantar, respondeu: "Um sambinha". O "sambinha" era Aquarela do Brasil.
Ary trabalhou ainda como locutor esportivo. Flamenguista "doente", ele torcia descaradamente a favor do rubro-negro nas transmissões que eram feitas pelo rádio. Quando o Flamengo era atacado, ele dizia mensagens do tipo:"Ih, lá vem os inimigos. Eu não quero nem olhar", se recusando a narrar o gol do adversário. Quando o jogo era entre equipes que não fossem o Flamengo, sempre que saía um gol, primeiro ele narrava e depois tocava uma gaita.
Memória
Ary Barroso foi um compositor de muitas músicas. Ao todo, são conhecidas cerca de 250 composições de sua autoria, em vários estilos, sendo o artista mais gravado por Carmem Miranda, com 30 músicas. Aquarela do Brasil, seu maior sucesso, teve centenas de gravações por todo o mundo e, até hoje, é considerada uma das músicas que mais produz direitos autorais no exterior.
Seu corpo descansa hoje em um mausoléu no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, e várias homenagens póstumas já foram prestadas ao menino de Ubá, como, por exemplo, uma estátua no Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ele aparece assentado e de pernas cruzadas ao lado de uma mesa; e outra estátua na Praça São Januário, em Ubá, sua terra natal, onde ele aparece tocando seu piano, o eterno companheiro de seu sucesso.

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