quinta-feira, 30 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2842-ANO 11

 



Lígia Aroeira
Início do Povoado de Ubá



















Em 1818, o capitão-mor Antônio Januário Carneiro, poderoso proprietário rural, liderou um movimento para a construção de uma capela sob a invocação do santo do dia do seu natalício, São Januário, com o objetivo de congregar, nos ofícios religiosos, a população que se encontrava dispersa pelas fazendas da região.
Além do local para o templo, o capitão-mor doou a área para o surgimento de um povoado, inicialmente formado por 19 casas simples, destinadas às famílias dos operários que o capitão levou para trabalhar na construção da Capela de São Januário, que foi edificada em duas etapas: de 1816 até 1828, ano em se deu o falecimento do benfeitor, aos 48 anos de idade; a última etapa foi de 1828, sob o comando do seu filho, Antônio Januário Carneiro Filho, até 1841, quando a capela foi inaugurada e elevada à categoria de sede de paróquia, com o nome de Igreja Matriz de São Januário.
O aglomerado urbano - que começou com as 19 casinhas, construídas na que ficou sendo chamada de Rua de Trás, atual Rua Santa Cruz, cresceu rapidamente na margem do Rio Ubá e ganhou, em 7 de abril de 1841 o foro de freguesia, com o nome de São Januário de Ubá, sob a jurisdição de São João Batista do Presídio, atual Visconde do Rio Branco. Finalmente, pela Lei Imperial 806, de 3 de julho de 1857, a vila foi elevada à condição de cidade, com o nome simplificado para Ubá.

Texto de Ubaldo Marques Porto Filho  
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Amigas





























Rita Perillo e Nádia Micherif
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      Elza Marcato
RAPIDINHAS 

Em comemoração ao Dia Internacional do Cinema, a Aliança Francesa de BH oferece programação que será exibida no Sesc Palladium, de 1 a 31 de outubro.
São mais de 20 títulos entre curtas e longas metragens.
 
EXPOSIÇÃO - PEÇAS  ANTIGAS - No prédio do Colégio  Arnaldo.
A mostra de decoração - Passado e Presente - reúne nomes consagrados da arquitetura e decoração.  Até 7 de outubro.
 
Banco do Brasil - Centro Cultural - oferece uma Exposição da mostra " A TENSÃO" do artista argentino Leandro Erlich.  Até 22 de novembro.


É um mergulho no mundo surreal. Vale a pena conferir!
LIVROS - INDICO -  Muita POESIA - Estamos precisando de leveza.
Mário Quintana,  Adélia Prado,  Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Drummond...
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                    Espaço  Aberto
Lembranças de Ubá - 9ª parte
Ubaldo Marques Porto Filho

Retorno à Bahia

Quando o ônibus partiu da Praça Guido Marlière, por volta das sete horas do dia 27 de julho de 1957, um sábado, deixei para trás dois anos e meio muito importantes na minha vida, férteis em acontecimentos, cheios de descobertas maravilhosas, talvez o período mais feliz da infância, vivida em ambiente dos mais saudáveis.

Enfim, parti deixando a turma dos amigos da Rua Santa Cruz e adjacências, onde pontificavam os irmãos Dilsinho e Geraldo Bochecha, Danilo, os irmãos Márcio e Maurício Guimarães, dentre outros. Na véspera da viagem, o Fernando Ferreira, vizinho e bom goleiro, despediu-se com uma frase elogiosa: “Você vai mostrar na Bahia o futebol que aprendeu aqui, não é?”.

Nelson Ned

Em 1969, estourou nas paradas musicais do país a música ‘Tudo Passará’, na portentosa voz de Nelson Ned. Quando o vi pela primeira vez, na televisão, não tive nenhuma dúvida, tratava-se do Nelsinho de Ubá. Quando o conheci, ele tinha oito anos e morava na Rua Doutor Ângelo Barletta, na casa do senhor Danilo, colega do meu pai no Banco do Brasil. Por isso, eu frequentava a sua residência, localizada do outro lado da rua onde minha família também residia. Seu Danilo era casado com uma tia do cantor e compositor ubaense que consolidou uma carreira espetacular, tanto no Brasil como no exterior.

‘O Pequeno Gigante da Canção’, conforme foi cognominado, alcançou grande sucesso na América Latina e nos Estados Unidos fez várias turnês por cidades importantes, tendo em Nova Iorque se apresentado nos palcos reservados aos grandes artistas: Carnegie Hall e Madison Square Garden.

Em julho de 1975, quando estive em Ubá, a Cidade Carinho, fiquei sabendo com a prima Cibele que o Nelson Ned D’Ávila Pinto, filho do senhor Nelson e de dona Ned, descendia, pela parte da mãe, de uma família com dotes musicais. Sua avó materna, dona Ana, fora exímia pianista, enquanto que um tio, Milton D’Ávila, destacou-se como flautista. Sua mãe, além de pianista, era dona de uma voz excelente e chegou a cantar no coral da Igreja.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2841-ANO 11

Lígia Aroeira

Damiano - 3 Anos


















O Restaurante Damiano do nosso amigo Murilo Dias Paes está completando três anos de sucesso.
O chef da casa nos oferece as legítimas massas italianas e mais uma grande variedade de pratos.
Confira as ofertas da noite: Chopp Artesanal Falke 300 ml =R$5,90 e Nhoque da Fortuna 300grs a R$20,00.
Hoje a comemoração será com o Trio Jazz CRIO e Cláudio Venturini.

 


















Murilinho é filho dos ubaenses Murilo Dias paes e M. Luzia(Isia) Damiano Maciel
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      Elza Marcato 
PREFEITURA  DE  UBÁ
A Prefeitura Municipal de Ubá, em conjunto com outros Municípios do Estado, entrou com ação na Justiça contra a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsar), para revogar a cobrança do tratamento de esgoto nas cidades feito pela Copasa.
O anúncio foi feito pelo Prefeito de Ubá Edson Teixeira Filho em entrevista ao Programa CONEXÃO LÍDER da Rádio Líder FM .
"As cobranças foram inoportunas" disse. 
Ele entrou em contato com o prefeito da Associação Mineira de Municípios(AMM) Gilvan Lavareda para esclarecimentos.
Fonte: Jornal: "O Noticiário"
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Lembranças de Ubá - 8ª parte

Último mês em Ubá

Em Ubá nasceram minhas duas últimas irmãs, Eneida e Elimar. Tudo corria maravilhosamente bem. Porém, no dia 3 de julho, quando se festejava o Centenário da Cidade, papai comunicou, para tristeza da mamãe e minha, que iríamos embora de Ubá.

Para mim, a mudança começaria comigo, pois seria imediatamente enviado à Bahia, onde deveria cursar o segundo semestre do primeiro ano ginasial. Ficou claro que ele não queria que eu continuasse no São José. Ainda tentei, sem sucesso, permanecer até o final do ano, residindo com vovô, em cuja casa havia passado a dormir assim que as aulas se iniciaram no Ginásio São José.

Como tinha de acordar às cinco para sair às seis da manhã, mamãe achou conveniente que eu fosse para a casa dele, que acordava às quatro, para trabalhar, como atividade de aposentado, num pequeno ateliê doméstico. Confeccionava velas e beneficiava palhas de milho, transformando-as nas mortalhas usadas no capeamento do cigarro rural, feito com fumo de corda, picado ou desfiado. Pois bem, às cinco em ponto, vovô Almeida dava três pancadinhas na porta do quarto e dizia:

- Ubaldo, está na hora!

Após o café com angu, preparado pela vovó Josina, seguia o caminho do ginásio, pedalando a bicicleta e metido numa farda de inspiração nitidamente militar. Compunha-se de calça comprida de brim, na tonalidade marron claro, e camisa de mangas compridas de igual cor, em tecido de algodão. Na lapela dos ombros ficavam as divisas indicativas da patente ginasial, de um a quatro, de acordo com a série cursada pelo aluno. No meu caso, apenas uma divisa, que anunciava se tratar de um calouro. Sapatos, meias e cinto preto completavam o fardamento que me enchia de orgulho. Não se usava gravata.

No último mês em Ubá fiquei sabendo que, embora tivesse sido convidado pelo prefeito José Pires da Luz, para a festa do Centenário da Cidade, no dia 3 de julho, o mais famoso filho da terra, Ary Barroso, não compareceu, por vindita, uma vez que a Câmara Municipal não aprovou um projeto que concedia o seu nome a um logradouro público. Isso rendeu muitos comentários entre os moradores da cidade. Meu pai foi um dos que criticou a atitude da casa legislativa.

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2840-ANO 11

Lígia Aroeira

Linda Comemoração










Martha com os pais Leza e Sérgio





Martha, neta que herdou da avó Martha Trajano o nome, comemorou seus 28 anos  com uma linda festa, organizada pelos pais Leza e Sérgio Nagib.
A mãe da aniversariante, exímia doceira, confeccionou os deliciosos doces e a bela decoração.
Parabéns a aniversariante Martha e aos pais.


















Nathália com a irmã aniversariante Martha







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      Elza Marcato 
ARTE EM UBÁ
As idealizadoras da ART'S NINAH FOTOGRAFIA  Natália e Nívea Médice, participam do Workshop de Fotografia Newborn com a fotógrafa Thays Souza, do Rio de Janeiro.
É constante a busca de ampliar a qualificação profissional.
A também especialista em fotografia e proprietária do Studio Art Photo Gabi Melo se juntou à turma de fotógrafas da região.
Sucesso para vocês, meninas !
 
Fonte: REVISTA  FATO
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LIVROS - INDICO:
CONVERSA NA CATEDRAL - MARIO VARGAS LLOSA
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                    Espaço  Aberto
Lembranças de Ubá - 7ª parte
Ubaldo Marques Porto Filho

História de Ubá
No Ginásio São José aprendi um pouco sobre Ubá. Nas aulas de francês, o doutor Newton Carneiro também discorria sobre a história da cidade, bem como a sua filha, Nilda Carneiro, professora de português e secretária do estabelecimento. Fascinado por história, eu fazia anotações do que ouvia. Eis o que aprendi com eles: em 1818, o capitão-mor Antônio Januário Carneiro, poderoso proprietário rural, liderou um movimento para a construção de uma capela sob a invocação do santo do dia do seu natalício, São Januário, com o objetivo de congregar, nos ofícios religiosos, a população que se encontrava dispersa pelas fazendas da região.
Além do local para o templo, o capitão-mor doou a área para o surgimento de um povoado, inicialmente formado por 19 casas simples, destinadas às famílias dos operários que o capitão levou para trabalhar na construção da Capela de São Januário, que foi edificada em duas etapas: de 1816 até 1828, ano em se deu o falecimento do benfeitor, aos 48 anos de idade; a última etapa foi de 1828, sob o comando do seu filho, Antônio Januário Carneiro Filho, até 1841, quando a capela foi inaugurada e elevada à categoria de sede de paróquia, com o nome de Igreja Matriz de São Januário.
O aglomerado urbano - que começou com as 19 casinhas, construídas na que ficou sendo chamada de Rua de Trás, atual Rua Santa Cruz -, cresceu rapidamente na margem do Rio Ubá e ganhou, em 7 de abril de 1841 o foro de freguesia, com o nome de São Januário de Ubá, sob a jurisdição de São João Batista do Presídio, atual Visconde do Rio Branco. Finalmente, pela Lei Imperial 806, de 3 de julho de 1857, a vila foi elevada à condição de cidade, com o nome simplificado para Ubá.
Problema com o padre
No dia 15 de abril, segunda-feira da Semana Santa, apareceu no Ginásio São José um padre sisudo, que pelo sotaque deveria ser estrangeiro, talvez italiano. Instalou-se numa sala e passou a entrevistar os alunos da primeira série, um a um, por ordem da chamada da caderneta escolar. Na minha vez, o último da lista, depois de algumas indagações, travou-se o seguinte diálogo:
- Foi batizado na Igreja Católica?
- Fui sim!
- Fez a primeira comunhão?
- Não! - E por que não fez?
- Não sei, padre.Essa resposta só com meus pais!
Aí a coisa pegou. Visivelmente irritado, ordenou bruscamente que me retirasse da sala. Após a celebração de uma missa, fui chamado à secretaria. A professora Nilza Carneiro disse-me que o padre havia apresentado uma queixa, pois ficara seriamente aborrecido com o fato de ter encontrado um cristão que ainda não tinha recebido o sacramento da Eucaristia. Percebendo que eu não estava entendo direito o meu crime e estarrecida com a minha ignorância religiosa, ela pôs-se a explicar-me:
- Ubaldo, só pode se confessar e comungar quem já fez a primeira comunhão.
O interessante nisso tudo, que gerou a apoplexia no sacerdote e estranheza na professora Nilza, é que eu não havia pedido para me confessar. Simplesmente fora compelido a entrar na sala do padre sem ter a mínima noção do que iria ocorrer lá dentro.
E a queixa do sacerdote chegou à minha família, pois papai recebeu um ‘convite’ para ‘ir tratar de interesse do seu filho’. Para mim ele não revelou o teor da conversa que teve lá na secretaria do São José, mas eu ouvi a mamãe falando para a vovó que meu pai desaprovou a maneira do padre tratar uma criança, como se fora uma delinquente juvenil. E teria dito que não aceitava a queixa, pois a vítima tinha sido o seu filho.
Ouvindo isso, eu fiquei com uma raiva danada do gringo grosso, que solicitara ao estabelecimento, que era católico, que formalizasse uma verdadeira condenação aos pais do aluno que se encontrava em "grave pecado".
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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2839-ANO 11

Lígia Aroeira

Luto no Jornalismo























O jornalista gaúcho José Antônio Severo, esposo da nossa conterrânea Célia Mazzei, faleceu na madrugada do último dia 24, em São Paulo. 
Severo foi vitimado por uma parada cardíaca, em decorrência de complicações após uma cirurgia no pulmão. 
Os atos fúnebres e o sepultamento aconteceram em Caçapava do Sul, cidade natal do profissional. 
Amiga Célia Mazzei, nossos sentimentos e solidariedade.
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Recordando...





















A querida e saudosa D. Olga Carneiro Silveira e a filha Fernanda
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      Elza Marcato

CIÊNCIA 
Minas Gerais dará um passo importante para o fortalecimento da ciência no Estado.
O Governador Romeu Zema assinou, em Brasília, protocolo que oficializa a construção do primeiro CENTRO NACIONAL DE VACINAS.
Parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Universidade Federal de M.G (UFMG) com a participação da  Fapemig e da Funed.
O projeto vai promover a independência de tecnologia na produção de lotes - pilotos de Vacinas e Testes de Diagnósticos para doenças humana e veterinária.
A Reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, enalteceu o pioneirismo da iniciativa.
O Ministro  de Tecnologia, Ciência e Inovação, Marcos Pontes, afirmou ter orgulho de trabalhar com a UFMG e com o Governo de Minas Gerais.
Com orçamento na ordem de 30 milhões do Governo de M.G. para a construção  e
importação de equipamentos laboratoriais, sendo 12 milhões disponibilizados pela Fundação do Amparo e Pesquisa de M.G; 18 milhões pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG).
A construção terá início previsto para 2022.
 
Fonte: Jornal "O Noticiário"

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                    Espaço  Aberto
Lembranças de Ubá - 6ª parte
Ubaldo Marques Porto Filho

Ginásio São José

Em dezembro de 1956, concluí o curso primário no Externato Santa Cruz, numa turma de 14 alunos, metade deles descendentes de italianos que tiveram uma forte presença na colonização e no desenvolvimento de Ubá. Eis os formandos: Ângelo Sartori Filho, Ênio Altivo Brandão Carneiro, Fábio Aloísio Quirico, José Aloísio Martins, José Eduardo Augusto, Luís Bigonha Gazola, Magda Martins de Oliveira, Magna Martins de Oliveira, Maria Auxiliadora de Lucca, Maria de Lourdes Vallone, Maria Lygia de Lucca, Neide Ana Brandão Carneiro, Paulo da Silva Bigonha e Ubaldo Marques Porto Filho.

Em janeiro de 1957, obtive aprovação no exame de admissão no conceituado Ginásio São José, da tradicional família Carneiro. Ficava fora do perímetro urbano, dentro da Fazenda Boa Esperança, na margem esquerda da estrada para Tocantins, Rio Pomba e Juiz de Fora. Meu pai dizia que era o melhor ginásio da Zona da Mata, pela qualidade do ensino e pelo rigor na disciplina.

Fui matriculado no regime do semi-internato: tinha que chegar até às 6h45 e ficar até às 16h30. Para poder ir e voltar ganhei uma bicicleta Monark. Teria de pedalar 6 km diários, de segunda à sexta-feira. No primeiro dia, os novatos receberam as boas vindas do diretor, doutor Newton Carneiro, que em seguida leu um manual contendo as normas da casa. Por último, abordou a história do estabelecimento e anunciou a qualificação de cada professor.

Fiquei sabendo que o diretor estava com 62 anos e que seu pai, José Januário Carneiro (Doutor Fecas), havia fundado o ginásio em 24 de agosto de 1905, e que seu bisavô, o capitão-mor Antônio Januário Carneiro, primeiro dono da Fazenda Boa Esperança, era também o fundador de Ubá. Soube ainda que o sobrado das salas de aulas tinha sido a sede de uma grande fazenda produtora e coletora do café da região. Por último, os calouros foram informados de que na relação dos ex-alunos figurava um nome ilustre, o do famoso compositor Ary Barroso, filho de Ubá. ( até aqui)

Construído em 1862, o sobrado de 15 cômodos sofreu algumas adaptações para permitir o funcionamento do ginásio. Na parte térrea ficavam as salas de aulas, um salão de estudos (chamado Repouso), a biblioteca, o refeitório, a cozinha e o hall da entrada com uma escadaria de madeira em dois lances, que conduzia ao pavimento dos alojamentos dos alunos internos, vindos de outras cidades. Anexos, ficavam os banheiros, os sanitários, o vestiário, o estacionamento das bicicletas e um pátio externo onde os 105 alunos, distribuídos pelas quatro séries, ficavam aguardando a batida do sino para o início das atividades, às 7 horas e às 13 horas, após um pequeno intervalo pós-almoço.

A parte da diretoria e da secretaria (administração) funcionavam numa casa situada defronte ao sobrado. Havia também uma residência da família Carneiro e dependências para os empregados. Um pouco afastado, encontrava-se um campo de futebol.

O Ginásio São José era muito rigoroso na disciplina e com horários inflexíveis para tudo. Eu tinha aulas ininterruptas das 7 às 9 horas. Das 9 às 10 horas ficava confinado num amplo salão chamado de ‘Repouso’, onde todos os alunos estudavam em total silêncio. Às dez horas, éramos liberados para o recreio, com exceção dos que recebiam punições. No período do lazer, uma parte destinava-se à educação física, duas vezes por semana. Nos demais dias, quem fosse bom no futebol, tinha lugar garantido entre os 22 que jogavam no campo gramado. Havia também a opção da prática de outros tipos de esportes ou mesmo do ócio completo, pois quem quisesse poderia ficar sem fazer absolutamente nada.

Às 11 horas todos se dirigiam ao banho e troca de roupa. Das 11h30 às 12h30 almoçava-se. No refeitório, local proibido para qualquer tipo de conversa, entrava-se em fila indiana e cada qual sentava no seu lugar pré-determinado. Garçons serviam quantidades padronizadas, mas quem desejasse poderia repetir as iguarias, usando sinais: batendo com um dedo na mesa significava pedido de arroz, com dois dedos vinha o feijão e com três mais uma porção do prato do dia (carne de boi, carne de porco ou frango). Serviam também saladas, angu, tutu de feijão, etc. Ninguém se queixava da comida, farta e muito boa. Até hoje, sinto saudades do arroz. Embora fosse preparado em grande quantidade, era saborosíssimo.

Das 13 às 16h30 cumpria-se o ritual das aulas ou dos estudos no Repouso, local de concentração dos alunos de todas as quatro séries. Ficavam em carteiras duplas, geminadas, ou seja, em cada carteira sentavam duas pessoas, cada uma utilizando uma gaveta individual. No Repouso, onde na verdade ninguém podia repousar, a vigilância fazia-se presente de forma ostensiva. Quem fosse flagrado cochilando, conversando, lendo gibi ou praticando qualquer outra atividade clandestina, recebia admoestação e tinha o seu nome registrado no livro de ocorrências.

No Ginásio São José reinava a mais completa ordem. Pelas mínimas mazelas o castigo não tardava e chegava no rigor da severidade. A depender do grau da indisciplina, apurada pelos fiscais e lida diariamente às 10 horas, no salão do Repouso, o infrator, dentre outras penalidades, podia ter cassado o direito ao recreio. Por exemplo, enquanto os outros se divertiam, o punido ficava de pé debaixo do sino anunciador do início e fim de cada atividade. Era um sino grande, de igreja, preso no teto de uma área de circulação. A punição era para constranger o ‘premiado’, que ficava em posição militar, de ‘sentido’, por meia hora, sem poder dirigir a palavra a ninguém, nem mesmo a um eventual colega de infortúnio, posicionado ao lado. Em algumas ocasiões, sofri esse castigo.

No Ginásio São José não havia a mais remota possibilidade do aluno gazetear aulas. A disciplina era férrea e o responsável pelo esquema de manutenção da ordem era o instrutor de educação física, que fazia questão de ser chamado de Tenente. Dizia-se oficial da reserva do Exército. Mas, da boca de alguns colegas veteranos, saia a informação de que, na verdade, era um sargento reformado. O certo é que se tratava de um sujeito durão e pródigo na aplicação das sanções. Ele sempre repetia um bordão intimidador: - Aqui o filho chora e a mãe não sabe!

Verdade mesmo. Os sofredores maiores, formadores do batalhão mais numeroso dos alunos, eram os internos, que lá permaneciam durante as 24 horas de cada dia. Foi aí que descobri a razão para a fama corrente do ginásio como unidade corretiva para os jovens considerados indisciplinados por seus familiares.

Dizia-se que se o São José não desse jeito no ‘rebelde’ nenhum outro estabelecimento daria. No meu tempo, teve um interno que, não aguentando a pressão e as punições, simplesmente fugiu numa madrugada. Voltou para a sua cidade de origem.

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2838-ANO 11

Lígia Aroeira

Volta as Atividades











O esportista Eduardo Romeiro, professor de judô do Minas Tênis Clube e treinador de diversas equipes do esporte, retorna as atividades após pandemia. 
Acima, primeiro á esquerda, Eduardo com a turma de medicina da UFMG.
Eduardo é filho da nossa parceira Elza Marcato.
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Marilda Simões Coutinho

















Nossos sentimento aos familiares

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      Elza Marcato 
FEMUR 2022


 

Áureo Calçado










O reencontro que todos esperam já tem data marcada.
A décima quinta edição da FEMUR 2022 - FEIRA DE MÓVEIS DE MINAS GERAIS , está confirmada entre os dias 24 e 27 se janeiro de 2022, e vem não apenas para abrir o calendário de feiras, mas para alavancar a economia da região no ano pós-pandemia.
Em busca de inovação no mercado, o POLO MOVELEIRO DE UBÁ larga na frente, com otimismo.
Para o Presidente do INTERSID - SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS INDÚSTRIAS DO MOBILIÁRIO DE UBÁ - Áureo Calçado Barbosa, as expectativas são ótimas.
Ubá, CIDADE CARINHO, é quem espera mais expositores e lojistas.
 
Fonte: Jornal "O Noticiário"
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                    Espaço  Aberto
Lembranças de Ubá - 5ª parte
Ubaldo Marques Porto Filho


Viagens

Como papai gostava de viajar, tive a oportunidade de acompanhá-lo em algumas idas a Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Vassouras e Petrópolis. Viajávamos em ônibus ou trem. Mas quando os passeios eram pela região de Ubá ele utilizava o seu próprio automóvel, um Ford preto que trouxe de Jequié. Nele íamos com frequência às cidades de Visconde do Rio Branco e Rio Pomba. Nessa última, residiam os padrinhos da minha irmã Àime, o dentista Antônio Dias da Costa (Toniquinho) e a esposa Lêda, amigos de infância da minha mãe.

Também frequentávamos a Fazenda Harmonia, a 12 km de Ubá, em Tocantins, onde morava a prima Cibele (prima em primeiro grau da mamãe), casada com o fazendeiro Américo Reis. A casa-sede era um casarão colonial. Possuía um moinho de fubá – movido por uma roda d’água, que também gerava eletricidade – e um engenho à tração animal, donde saia uma aguardente muito conhecida, denominada ‘Cachaça da Fazenda Harmonia’.

A Manga Ubá e a Mangada de Ubá

A Cibele era filha de João José de Souza (irmão da vovó Josina) e de Risoleta Costa Souza, que residiam na Rua Santa Cruz 609. Mamãe chamava dona Risoleta de Tia Leleta. Eu também a tratava dessa forma. Doceira afamada, a Tia Leleta havia criado, em 1935, a Mangada de Ubá, um doce em pasta na reluzente cor de ouro, verdadeiro manjar dos deuses, feito com a Manga Ubá, de paladar primoroso.

Tio João, que tinha vários pés no pomar da sua casa, dizia que havia duas versões para a origem da Manga Ubá: a primeira defendia que a espécie era nativa da própria região; a outra dizia que era oriunda da Itália, trazida pelo imigrante José Miotto.

Segundo a vovó Josina, a Manga Ubá e a Mangada de Ubá eram os símbolos da cidade onde ela nascera. Praticamente em todo quintal havia uma mangueira. No fundo da nossa casa, bem na divisa (uma cerca) com o quintal vizinho, havia um pé da manga famosa, cujos frutos eram democraticamente colhidos: os dos galhos do lado direito pertenciam à família Ferreira e os do outro lado à nossa família.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

"UBÁ NOTÍCIAS"POSTAGEM Nº2837-ANO 11

Lígia Aroeira

Ubá Tênis Club










Os ubaenses que viveram os anos dourados do UTC, recordam com saudade as lindas festas realizadas neste clube.
São lembranças inesquecíveis, que não podem ser apagadas.
O imóvel pode ser recuperado e destinado a alguma entidade cultural.
 Vamos conclamar as autoridades e cidadãos, que presam o patrimônio de nossa terra, a abraçar esta ideia.  
As 10 mais elegantes








M. Luíza Souza(Budi), M.José Souza, Mayre Maciel, M. Edith Barletta, Nizia Brandão, Kanivete, Dirlene Moreira, Helimar Collares, Jurebe Queiroz, Cleusa Peixoto, Therezinha Lima
A escolha das 10 mais elegantes era realizada pelo colunista social, o saudosos Edson Furtado Caiaffa, proprietário e redator do jornal "O Kanivete".
O gran finale era no baile de apresentação das eleitas. 
Fotos acervo Maria Lúcia Guilhermino
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      Elza Marcato 
AEROPORTO - ZONA DA MATA MINEIRA


 










A LATAM AIRLINES BRASIL informou que irá operar voos no Aeroporto Pres. Itamar Franco, localizado entre os municípios de Rio Novo e Goianá, a partir de 2022.
A informação foi publicada no Jornal Tribuna de Minas de Juiz de Fora -
Zona da Mata Mineira.
Os voos são diários.
Aeronaves Modelo AIRBUS A319, para 132 passageiros e com destino ao
Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
 
Fonte: Jornal "O Noticiário"
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Lembranças de Ubá - 4ª parte
Ubaldo Marques Porto Filho








Ginásio São José

Em dezembro de 1956, concluí o curso primário no Externato Santa Cruz, numa turma de 14 alunos, metade deles descendentes de italianos que tiveram uma forte presença na colonização e no desenvolvimento de Ubá. Eis os formandos: Ângelo Sartori Filho, Ênio Altivo Brandão Carneiro, Fábio Aloísio Quirico, José Aloísio Martins, José Eduardo Augusto, Luís Bigonha Gazola, Magda Martins de Oliveira, Magna Martins de Oliveira, Maria Auxiliadora de Lucca, Maria de Lourdes Vallone, Maria Lygia de Lucca, Neide Ana Brandão Carneiro, Paulo da Silva Bigonha e Ubaldo Marques Porto Filho.

Em janeiro de 1957, obtive aprovação no exame de admissão no conceituado Ginásio São José, da tradicional família Carneiro. Ficava fora do perímetro urbano, dentro da Fazenda Boa Esperança, na margem esquerda da estrada para Tocantins, Rio Pomba e Juiz de Fora. Meu pai dizia que era o melhor ginásio da Zona da Mata, pela qualidade do ensino e pelo rigor na disciplina.

Fui matriculado no regime do semi-internato: tinha que chegar até às 6h45 e ficar até às 16h30. Para poder ir e voltar ganhei uma bicicleta Monark. Teria de pedalar 6 km diários, de segunda à sexta-feira. No primeiro dia, os novatos receberam as boas vindas do diretor, doutor Newton Carneiro, que em seguida leu um manual contendo as normas da casa. Por último, abordou a história do estabelecimento e anunciou a qualificação de cada professor.

Fiquei sabendo que o diretor estava com 62 anos e que seu pai, José Januário Carneiro (Doutor Fécas), havia fundado o ginásio em 24 de agosto de 1905, e que seu bisavô, o capitão-mor Antônio Januário Carneiro, primeiro dono da Fazenda Boa Esperança, era também o fundador de Ubá. Soube ainda que o sobrado das salas de aulas tinha sido a sede de uma grande fazenda produtora e coletora do café da região. Por último, os calouros foram informados de que na relação dos ex-alunos figurava um nome ilustre, o do famoso compositor Ary Barroso, filho de Ubá.

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