Lígia Aroeira
Arte na Praça
A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Lazer realiza o evento "Nossa Arte na Praça" no período de 15 de janeiro a 13 de fevereiro.
Entre as atividades desse evento, haverá uma feira de produtos artesanais funcionando das 9h às 16h na Praça São Januário.
O objetivo da iniciativa é promover a cultura e valorizar o artesanato local.
Além da feira, diariamente acontecerão oficinas gratuitas de artesanato das 09h às 10h da manhã.
As vagas para os cursos são limitadas e as inscrições estarão disponíveis no local.
O evento "Nossa Arte na Praça" será realizado com a parceria da Associação Artes que Encantam e do Circuito Serras de Minas.
Colaboração: Thuru Davi
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Amigas
As gêmeas Bernadeth e Elizabeth Ferreira e Maria das Graças Campanha
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Elza Marcato
ELEIÇÃO EM UBÁ
Foi realizada a cerimônia de posse da nova diretoria da ACIUBÁ - e CMEU.
O novo presidente da Associação Comercial de Ubá, Silber Silveira enfatizou sobre sua missão e ideias para resgatar o protagonismo do comércio local.
- " Reconhecemos que a indústria e comércio, os serviços e o turismo são
os pilares que geram empregos em nossa cidade."
A Empresária Isabel Vieira passou o cargo de liderança, o qual permaneceu
durante 4 anos.
A noite foi marcada pela posse da nova diretoria da Cãmarea da Mulher
Empreendedora de Ubá - CMEU - Eliana Gonçalves Carneiro passou o posto para Thaís Andrade Gomes Mota.
Fonte: Jornal "O Noticiário"
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Espaço Aberto
Jordana Thadei
Sobre Crianças
Na travessa Luis Fontes, que liga a Rua 15 à Rua Santo Antônio, nem bem pai fechava a porta do sobrado, o menino se ajeitava na calçada, com o violão à tiracolo e, depois de alguma algazarra de folhas de caderno, começava a tocar e cantar. Pai me avisava da serenata e, brincando, dizia que me daria um doce se eu adivinhasse o seresteiro.
O abençoado sono dos 13 anos de idade me impedia de levantar. Então, mãe ia ao meu quarto, como que pra me “ensinar a ser menina” e dizia que tinha que abrir a janela, ouvir algumas músicas e agradecer. E completava lembrando pra eu enfatizar com o seresteiro que a minha janela era a do meio, porque a cantoria sempre iniciava embaixo da janela dos meus pais. Mas, eu e o menino seresteiro éramos colegas de classe, no Polivalente, e depois da terceira música, já virava bate-papo, pela janela mesmo.
E aí, mãe entrava em ação de novo e dizia que se fosse pra bater papo, que a gente deixasse pra escola. Era uma serenata visivelmente despretensiosa de romantismo. Mas a música era boa, o papo também e o seresteiro muito querido por toda a família. Na escola, ele, aflito, me abordava, nos dias seguintes às serenatas:
_ E aí? E aí? E aí?
_ Ah, obrigada pela serenata. Tava ótima.
_ Não, mas... E aí?
_ E aí, o quê, uai?
_ Seu pai!
_ Ah, não esquenta! Pai não liga não. Músico, né? Fez muita serenata na vida. Pode fazer, sem problema.
_ Mas, ele falou alguma coisa?
_ Nãããão!!! Pai nem liga de eu ganhar serenatas.
Daí a algum tempo (o suficiente para aperfeiçoar uma música ou ter mais três novas) o ritual se repetia: pai acabando de entrar em casa, menino se encostando embaixo da janela com o violão, janela errada, algazarra de folhas de caderno anunciando a serenata e questionamentos, na escola. Mãe pedia pra eu, com jeitinho, orientar o seresteiro a escolher as músicas previamente e marcar com clipes ou dizer a ele pra substituir o caderno por uma pasta com folhas plásticas para as partituras e letras de música. Ela dizia que quando estava pegando no sono, o seresteiro a despertava com o som das folhas do caderno, que ele passava, freneticamente, procurando a próxima música. Isso quando não ficava tentando convencer um eventual companheiro de cantoria de qual música tocar. E, como sempre, embaixo da janela dos meus pais.
Os questionamentos na escola se repetiam. Eu contava em casa e pai se divertia com a preocupação do menino. Então, brincava, dizendo que fazer serenata pra mim, tudo bem. Mas ia jogar água se o seresteiro desafinasse no ouvido dele, se atravessasse o compasso ou se não acertasse um tal de “lá maior”. Eu dava o recado, adorando a brincadeira. Até que lá pela enésima serenata, o seresteiro mirim perguntou abertamente: “Mas, e o seu pai, o que ele tá achando da música?” Só então, descobrimos que as serenatas nunca foram pra mim.
Vinte e sete anos depois, quando o saxofone do meu pai se silenciou, o seresteiro já encantava multidões. Apareceu na cidade vizinha com outros músicos, já na hora do sepultamento e, em silêncio e sem o habitual sorriso no rosto, agarrou-se a uma das alças do caixão, levando o amigo até o destino. Confirmei a admiração que ele tinha pelo meu pai. E foi nesse momento que, sem saber, ele fez uma serenata, silenciosa, pra mim. Em meio à tristeza, achei graça do gesto de carinho e tive a sensação de sorrir. E confirmei que ele cantava mesmo era para o saxofonista.
Gosto de lembrar da admiração mútua entre eles.
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